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Vou mudar para a China: e agora? Parte 2

Dando continuidade ao SAL – Serviço de Atendimento ao Leitor, mais algumas respostas para suas dúvidas!

Eu não falo inglês e muito menos mandarim! O que faço?

Se é a parte que não vai trabalhar (!) os problemas são menores e dá tempo de se adaptar. Mas sempre recomendo aprender aqui os dois idiomas.

Quando se mora fora de Shanghai, o madarim é essencial.

Vivendo em Shanghai, o inglês te ajudará muito (não em tudo), pois há uma rede grande de serviços (restaurantes, hotéis, lojas, hospitais) onde o inglês é usado.

Com filhos em escola internacional, o inglês é fundamental. Caso contrário fica muito difícil a interação com a escola, reunião de pais, atividades etc.

A comunidade brasileira na China é bem grande, cerca de 10 mil pessoas, sendo que boa parte está na região de Shanghai. É possível passar dias aqui só falando português. Mas isso limita muito sua adaptação, vida social e o crescimento pessoal.

Quando  deixei o Brasil, para acompanhar meu marido, decidi que tinha que ser para meu crescimento, de alguma forma. E uma das primeiras coisas foi aprender inglês. Para mim, que tenho uma dificuldade muito grande com idiomas, foi vencer uma barreira que era intransponível no Brasil. Valeu à pena!

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Veja esses links também:

(Sobre)vivendo sem o mandarim

Ser estrangeiro na China

As crianças: onde estudar?

As opções hoje em dia são muitas. Escolas internacionais pipocam em cada esquina, principalmente em Shanghai e Beijing. Também há os kindgartens para os pequenos e as escolas chinesas bilingues, que são bem mais baratas.

Se o plano é colocar as crianças em escolas internacionais, também negocie isso muito bem no seu contrato.

Quem mora fora das cidades mais comuns para estrangeiros (Shanghai, Beijing, Guangzhou e Shenzhen), muitas vezes acaba tendo como única opção as escolas chinesas bilingues. Quando as crianças são pequenas, realmente não vejo nenhum tipo de problema, pois a adaptação é muito mais simples. Já quando são adolescentes, aí é um pouco mais complicado, pois no final o mandarim vai imperar.

Os kindegartens, na sua maioria são bilingues também – mandarim e inglês.

Nesse link há uma relação de escolas internacionais em Shanghai.

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Tem escola em português?

Não! Aqui a maioria é em inglês. Há escolas alemãs e francesas, mas em português não tem nada.

Como são as escolas?

Calendário

Independente de ser escola chinesa ou internacional, estamos acima da linha do Equador, e bem como as estações do ano são invertidas, o calendário escolar também.

Aqui o ano letivo se inicia em meados de agosto, e termina em junho. As férias de verão são julho e agosto. Em dezembro há o recesso de 15 dias para Natal e Ano novo, somente nas escolas internacionais. E no Ano Novo Chinês (que é data móvel, entre final de janeiro e meados de fevereiro) todas as escolas param por 15 dias também.

Sendo assim, não adianta querer mudar em janeiro por conta da escola. Se for possível, a melhor época para mudar é em julho/agosto, e iniciar o ano letivo aqui.

Período de aula

Todas as escolas são integrais. Das 8:00 as 15:30 (com algumas variações). E dependendo da idade da criança, há as atividades extra classe, chamadas de ‘clubs’, que acontecem depois do período de aula.

Os kindegartens possuem a opção de meio período.

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Meu filho não fala inglês? Como vai ser?

Vai ser um processo intenso e rápido. Acredite.

Muitas pessoas não acreditam, mas nesses anos todos aqui, já vi muitos chegarem e aprenderem com uma facilidade que assusta. E depois ainda vão corrigir o acento dos pais!

Em três meses, as crianças (que não falam uma palavra nessa língua) conseguem dominar o inglês verbal. Quanto mais novas, mais fácil a adaptação.

E o mandarim, para as bem pequenas, também é assimilado muito rápido.

Entre os ‘ganhos’ que citei no início, esse é um que mais me motiva: hoje meus filhos falam, fluente, 3 idiomas. E olha que chegaram aqui com 14 e 17, um sem falar nada além do português e outro com um conhecimento muito básico do inglês.

Um adendo nesse artigo, com um link para que se possa conferir todas as escolas de Shanghai: School Directory 2016.

Esse documento é editado ano a ano e mostra todas as escolas, com valores atualizados.

Confira também:

Ser mãe e o desafio de mudar de país

Escolher escola na China

Na China tem bons hospitais?

Sim, nas cidades maiores existem os hospitais internacionais. Hoje em dia, em Shanghai, as opções são muitas. Inclusive em um deles, Shanghai United Family, temos dois médicos de família brasileiros.

Também há hospitais chineses, com as chamadas alas VIPs, onde médicos e enfermeiros falam inglês. Essas opções estão cada vez mais comuns e ganham muitos adeptos por conta dos preços.

Os hospitais internacionais são bem caros, e ter plano de saúde é uma necessidade básica para quem vive aqui.

Há hospitais chineses muito bons, mas aí temos a barreira do idioma. Se já é complicado numa hora de dor ou emergência se explicar em inglês, o que dirá em mandarim.

Desde que vivo aqui já fiz 3 cirurgias, sendo duas bem complicadas. operei o joanete, o ombro, pois rompi o tendão, e troquei dois discos na cervical. Todas foram um sucesso. Mas até hoje, quando falo que fiz essas cirurgias na China, as pessoas me olham com espanto…

Pretendo ter filhos no período que morar na China, é confiável?

Sim, existem muitos brasileirinhos nascidos nas terras Mao! Todos os hospitais que citei possuem bom atendimento para as gestantes, com pré-natal, acompanhamento, parto e pós-parto. As maternidades mais populares aqui, entre os estrangeiros, são Shanghai United Family e Red Leaf.

Existe nossa ‘cesta básica’? Onde comprar comida?

Aqui em Shanghai tem de tudo. Nos supermercados de produtos importados ou mesmo nos hipermercados das redes Carrefour e Metro (que é o Makro no Brasil) se encontra uma variedade enorme de alimentos que são para nosso paladar.

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Mas lembrem-se: são alimentos importados e por isso o preço é alto. A carne aqui é muito cara também, já o frango, porco e peixe tem preços acessíveis. No artigo anterior, coloquei um link sobre o custo de vida por aqui. Confere lá.

As frutas e verduras são ótimas e se encontra em quitandas em casa esquina.

E para quem não mora em Shanghai, tem o Taobao, onde a gente pode comprar até Guaraná Antártica, com entrega em casa!

Em 2009, quando mudamos de mala e cuia para Shanghai, eu trazia muita coisa do Brasil. Hoje em dia trago quase nada. Só mesmo algumas guloseimas que acalentam a saudade: nada como saber que tem uma caixa de paçoca no armário da cozinha!

Então é isso!

Basicamente as perguntas que recebo são essas.

Mas claro que às vezes, existem algumas necessidades especiais de cada família que precisam de respostas.

Não se acanhe em perguntar! Se souber como responder, será um prazer.

Zái Jián!

 

  • as fotos desse artigo são do Pixabay.com
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14 pensamentos sobre “Vou mudar para a China: e agora? Parte 2

  1. Olá Christine, como vai? Em breve estarei de mudança para Shanghai com minha esposa. Uma das enormes dúvidas que tenho é sobre plano de saúde. Vi que em um dos seus posts você fala sobre o hospital Shanghai United Family, que atende em inglês e que possui dois médicos de famílias brasileiras. Minha pergunta é, melhor fazer um plano de saúde ao chegar à China ou já ir com algum aqui do Brasil (se isso existir)? Além disso, você tem ideia sobre os valores destes planos de saúde em Shanghai? Obrigado pela ajuda.
    Abs

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    • Olá Emerson,
      O plano que temos é o Allianz Worldwide (com exceção dos EUA). A empresa do meu marido nos dá esse plano com ‘directing billing’, pois hospital aqui é caro demais (os internacionais), assemelha-se a valores dos EUA. Teve uma época em que contratamos nosso próprio plano e usamos a Pacific Prime corretora (eles tem página no facebook), o que nos facilitou na época, pois costumam ter corretores de todas as nacionalidades aqui em Shanghai.
      Bom, mas existem outros planos de saúde, o importante é ser internacional. O pessoal do Pacific Prime, ou a corretora que vc escolher, vai te mostrar opções.
      Os preços também podem variar muito pela idade, tipo de contrato, etc. Não sei os valores exatos, pois não pagamos esse plano.
      Abraço.

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  2. Olá Chris, estamos analisando a possibilidade de uma mudança para Shangai para o próximo ano e gostaria de saber um pouco mais a respeito do clima… ouvi dizer que quase não há dias de sol, isso é verdade?Fiquei também com dúvidas com relação a onde mora. Há bairros para estrangeiros, com condomínios de casas?Será que você poderia me passar alguns nomes para eu poder me interar pelo googlemaps?Obrigada

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    • Olá Heloisa,
      Obrigada pelo contato.
      As estações aqui são bem marcadas, verão quente, inverno frio e as demais estações bem agradáveis. Quanto ao céu azul, o problema está na poluição. É sim, é raro ver aquele céu azul, azul! Uma das coisas que prendemos ao viver aqui é apreciar um local onde o azul do céu dói nos olhos! Hehehe.
      Agora, quanto a local para morar é bem complicado eu te dizer local X ou Y, como falei nesses textos sobre mudar para a China, são muitos os fatores a ponderar. E existem dezenas de bairros amigáveis a estrangeiros. Essa cidade é imensa!
      Abraço.

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  3. Ahhhh….
    Adorei as dicas, amei saber detalhes, mas fiquei pensando quando disse que até o guaraná antártica consegue-se com entrega em casa e fiquei imaginando você cheia de vontade de comer uns bolinhos de feijoada, rssss.
    Se der muita vontade me explica como faço chegar em suas mãos. Prometo fazê-los bem deliciosos, rssss. 😉

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  4. Você deu conselhos para quem vai morar. Beleza… Nota 10. E pra eu que vou ficar na China 90 dias???…. apenas!…..kkkkk…. Amanhã pego o passaporte!!!! Em 6 dias o avião!!! Estou super ansiosa….
    Olha ainda não consegui decidir como levar dinheiro… Dollar ou Yuan??? Aí tem caixa do Banco do Brasil para a gente passar o cartão e tirar yuan??? Nas outras viagens eu gastava menos porque ficava em missões…. Aqui vou ter que comer 90 dias. Vou levar dois cartões de crédito. Acho que com eles pago os hotéis e o transporte por terra…… Certo???????? Aceito seus conselhos com muito alegria.
    \

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    • Oçá Arcelina,
      Tudo nas devidas proporções, acho que vc se encaixa mais nas dicas que dou para turista. Tem várias postagens sobre isso aqui.
      Quanto ao dinheiro, dólar é sempre dolar e você pode trocar em qualquer casa de câmbio ou banco. Cartão de crédito, tem lugares que aceitam e lugares que não. O negócio é ter dinheiro mesmo. E Não há caixas do Banco do Brasil, não. Tem só uma agência e não é de acesso ao público.
      O meu cartão de crédito, VISA, me permite sacar dinheiro em qualquer caixa eletrônico aqui (mas tem as desvantagens de sacar $$ com cartão de crédito, começando pelo IOF abusivo.
      Abraço.
      E boa viagem!

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    • Olá Paula,
      Não e sim… rs,
      Em princípio eu estudei inglês com professor particular, americano. Foi duro, pq ele não falava português e nem eu inglês direito. Mas sei que hoje isso foi o grande diferencial no meu aprendizado. Só que ele deixou Shnaghai, aí fui estudar na Berlitz. Os dois valeram muito à pena!
      Abraço.

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