E continuamos nossa viagem pela província de Yunnan. No artigo anterior escrevi, de modo geral, sobre o que fizemos em Dali. Agora vou mostrar um pouco do que visitamos.
Como ficamos somente duas noites, isso nos deu um dia e meio, priorizamos as coisas que eram mais do nosso interesse.
Vamos lá?
Lago Erhai –洱海湖山
Erhai Lake é um dos sete maiores lagos de água doce da China. Significa, ‘em forma de mar como uma orelha’, em mandarim, que quer dizer que o lago tem forma de orelha e é tão grande quanto o mar. Interpretação é tudo, né?
O lago cobre uma área de 250 quilômetros quadrados e está localizado a cerca de dois quilômetros a leste de Dali. É como uma linha crescente entre a cidade de Cangshan e Dali, visto do monte Cangshan. Dizem que nos dias de sol, as águas cristalinas do lago Erhai e o monte Cangshan, coberto de neve, são uma paisagem maravilhosa e por isso são descritos como ‘Prata Cangshan e Jade Erhai’. Infelizmente não vimos essa paisagem… Acho que vou ter que voltar.

Foto by Pixabay.com
Na realidade somente passamos pelo lago de carro, e não paramos para apreciar melhor. Há um parque, que foi construído à beira do lago e lá é possível alugar barcos para passear no lago, fazer picnic, essas coisas todas.
Dali Ancient Town – Gucheng, a cidade antiga
Situada a 13 quilômetros de distância de Xiaguan, na cidade de Dali, é uma das atrações da cidade, fazendo parte dos “Três Antigos” (Cidades Antigas, Pagodas Antigas e Construções Antigas). Pode ser datado de no ano 1382 durante a dinastia Ming (1368-1644) e foi uma das cidades históricas listadas na China desde 1982. Com o lago Erhai a leste e a montanha Cangshan a oeste e a sua grande muralha têm atraído muitos visitantes.
De acordo com a literatura, esta Cidade Antiga era uma porta de entrada para a Estrada da Seda no sudoeste da China, e também serviu como sede do governo e um importante quartel militar para a Província de Yunnan nos tempos antigos. Como todas as cidades estratégicas do império chinês, ela possuía uma muralha de 6 quilômetros, com altura de 7,5 metros e 6 metros de largura. Havia quatro portões da cidade de frente para o oeste, leste, norte e sul. Como sofreu muitas fases de prosperidade e declínio, apenas a base da muralha permanece até hoje. A Torre de Wuhua é o marco central da cidade velha.
As casas tradicionais da minoria étnica Bai dão a sensação distintiva da cidade, que foge ao padrão de qualquer outra cidade chinesa. Uma casa típica é caracterizada por “3 salas e uma parede” e “4 juntas e 5 pátios”.
As “3 salas e uma parede” significa que cada casa tem uma sala principal e duas salas que formam um U, e, de frente para a sala principal, está a parede, fechando o U, como um quadrado. Quando o sol brilha no rastreio da parede pela tarde, a luz solar é refletida de volta para o pátio, iluminando assim toda a área.
E “4 juntas e 5 pátios”, as casas são construídas com quatro lados, quatro pátios nas partes juntas dos cantos das casas e um grande pátio no centro faz cinco pátios. A decoração é outra característica de construção das residências populares, prestando grande atenção à torre do portão, aos beirais e aos cantos. As janelas, as portas e a blindagem da parede são adornadas com tiras em madeira de Jianchuan, padrões coloridos, mármores e desenhos que refletem o dia a dia dessa região. A delicadeza, o frescor e a elegância de sua construção podem ser chamados de primeira classe entre as residências populares no sudoeste da China.
Três Pagodas
Eles ficam cerca de 1 km a noroeste da antiga cidade de Dali, ocupando uma localização cênica ao pé do Monte Cangshan e de frente ao Lago Erhai, tem uma história de mais de 1.800 anos. É um símbolo da história da cidade de Dali, e um registro do desenvolvimento do budismo na região. Como o próprio nome indica, as três pagodas são feitas de três pagodas antigos independentes que formam um triângulo simétrico. Isto é único na China.
A pagoda do meio, Pagoda de Qianxun, de 69,13 metros de altura, é um dos mais altos pagodas da Dinastia Tang (618 – 907), tem quase 1.200 anos e representa um período em que Dali era um Reino Budista, enquanto os outros dois inferiores estão nos lados norte e sul. A Pagoda de Qianxun, agora completamente fechado, anteriormente poderia ser visitado pela escada que há dentro dela. Ela tem o mesmo estilo arquitetônico da Pagoda de Xi’an, mas muito mais alta.
Muitas esculturas de Buda feitas de ouro, prata, madeira ou cristal, escritos budistas e mais de 600 ingredientes medicinais foram encontrados na Pagoda Qianxun, desempenhando um papel importante na explicação da história antiga da cidade de Dali.
Conhecidos pela sua resiliência, as Três Pagodas sobreviveram a várias eras de terremotos graves. O governo local ainda faz um grande esforço para garantir a preservação deste tesouro arquitetônico.
O Templo Congshen atrás das Três Pagodas foi recentemente reconstruído e reaberto, depois de ser deteriorar no século 20 devido a terremotos e incêndios. É um complexo maciço que proporciona uma bela vista da cidade antiga de Dali e do Lago Erhai.
No entorno das 3 Pagodas, existe hoje um grande complexo turístico, com templos, parques e muitas lojas. Como nosso tempo era curto, ficamos com a beleza das pagodas e seguimos nossa viagem!
Xizhou
Aproximadamente a 20km de Dali, fica Xizhou, um vilarejo que possui quase 200 casas listadas na herança nacional que datam da dinastia Qing. As casas estão entre os melhores exemplos da arquitetura Qing tradicional na China. Os artesãos de Xizhou eram famosos em todo o Sudeste Asiático e eram chamados para construir e decoras casas no Vietnã, Myanmar e todo o sudoeste da China. Quando eles faziam fortuna, voltavam para Xizhou para construir sua própria casa dos sonhos.
A propriedade familiar do clã Yan é preservada como um museu e aberta ao público, mas é um exemplo de habitação dos muito ricos, e difere bastante das casas comuns na vila. Mesmo assim é o mais representativo estilo Bai. O complexo abrange uma área de cerca de 3.066 metros quadrados, construído em torno da década de 1920. Como um todo, é dividido em quatro partes e cada parte está habilmente ligada entre si.
Ao entrar, vemos a casa principal com a parede de fundo e duas asas. De acordo com a tradição da arquitetura de estilo Bai, que citamos acima, a parede deve estar voltada para o leste para usar o sol do início da manhã e refletir a luz nos quartos internos. Além disso, essa parede, adornada com elaborada caligrafia e pinturas, é considerada como um talismã: o povo Bai acredita que traz boas energias e bênçãos.
Dentro desse ‘museu’, há uma casa em estilo ocidental, construída no fundo do terreno, cercada por muros. Era a paixão do proprietário pela arquitetura francesa. E nós ocidentais nos derretemos pela arquitetura chinesa. Vai entender a mente humana!
Proteção do patrimônio
Uma família americana ajudou a restaurar três edifícios protegidos a nível nacional em Xizhou, Xilinyuan, Yangzhuoran e Baochengfu. Eles usaram apenas trabalhadores locais e seu modelo de turismo sustentável foi abraçado pelo governo nacional. Eles estão trabalhando em outros locais de Yunnan. O local que é tido como o principal prédio restaurado da família – The Linden Centre – fica em Xizhou e pode ser visitado gratuitamente.
Cenas da cidade
E não foi só de monumentos e arquitetura nossa passagem por Xizhou. Andamos pelas ruas graciosas e cheias de vida, de poesia e de um colorido contagiante. As pessoas, os meios de transporte, a maneira como encaram a vida, nos deixaram maravilhadas. Aí começou nossa paixão por essa província.
As cidades antigas são tão pequenas, de ruelas de pedra, que o meio de transporte ainda são carroças em contraponto com as scooters e pequenos carros elétricos.
Foi em Xizhou que provamos o baba, que citei no artigo anterior, e nos divertimos com o vaivém dos locais e seu sorriso sempre presente.
E não acabou aqui.
Podem ver que nossos dois dias renderam.
A melhor parte da visita a Dali, ao menos para mim, deixo para o próximo artigo.
Continuem acompanhando essa viagem mágica!
Para quem perdeu o início dessa aventura, é só clicar nos links abaixo:
Descobrindo Yunnan – a província mais colorida da China
Dali – o início da viagem a Yunnan
Zài Jián!
Pingback: Shangri-Lá – o horizonte perdido (e encontrado pelos chineses) | China na minha vida
Obrigada seus artigos como sempre muito bons.
Parabéns já estou ansiosa pelo próximo artigo.
Beijos.
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Que bom que gostou Viviane!
Abraço.
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Pingback: Shaxi – uma vila tipicamente chinesa | China na minha vida
Pingback: Zhoucheng – A tradição da tintura indigo | China na minha vida
Você, querida Christine é uma abençoada de Deus, peregrinando pela beleza da China!
Comparando com o nosso querido Brasil Salve Salve…. me veio a cabeça ter você aqui pesquisando as nossas boas qualidades, nossas belezas, e do que existe de bom nos nossos brasileiros e brasileiras….
Precisamos urgentemente melhorar o nosso astral!!!!
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Arcelina, querida!
Vc precisa ver o que as brasileiras fizeram aqui ontem. Foi o dia do nosso bazar, nos superamos novamente. Orgulho da nossa capacidade de espalhar o amor e a caridade.
Beijo grande.
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