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China – Graduação do outro lado do mundo?

Já escrevi aqui sobre as escolas internacionais onde as crianças podem vir cursar o ensino fundamental e médio, sobre os cursos de mandarim nas universidades que dão direito a visto de estudante e também sobre fazer um mestrado em mandarim.

Mas e a graduação? Será que é possível?

Sim, é possível e a cada dia mais os jovens do mundo todo estão optando por fazer sua graduação na China.

E a língua?

Alguns cursos de graduação voltados para estrangeiros são ministrados em inglês. O que fica bem restrito são as opções de cursos. De resto funciona como qualquer universidade no mundo.

E apesar de ter poucas opções de carreiras, a maioria são voltadas para negócios e relações internacionais, o ‘plus’ de se graduar na China é que você ainda termina a universidade falando mandarim. Sabem o curso que citei no início, de mandarim na universidade? Então, ele é compulsório em vários cursos de graduação, e não é possível se formar sem terminar os créditos de mandarim.

Shanghai, por Sérgio Carvalho.

Shanghai, por Sérgio Carvalho.

As universidades

Nesse link aqui, tem uma lista de todas as universidades chinesas que admitem estudantes internacionais, seja para a graduação completa ou para um intercâmbio (muitos alunos do Programa ‘Ciências sem Fronteira’ estão aqui na China nessa condição). Há muito mais cursos ministrados em mandarim do que em inglês, mas ainda assim a oferta e procura por cursos em inglês vem crescendo ano a ano.

Da mesma forma que os alunos dos cursos de mandarim, o visto emitido é o de estudante, e esse não dá permissão para trabalhar na China.

Na hora que o aluno precisar fazer estágio, que não pode ser remunerado, a própria universidade vai pedir a documentação necessária para a empresa e emitir um novo visto que dá direito a estágio vinculado ao curso universitário de ‘x horas’.

Como aplicar

A China está na mira de todo o mundo, então claro que já existem várias empresas espalhadas por aí que atuam como facilitadoras do processo de admissão e até dão suporte na adaptação do aluno à nova cultura. Mas é possível buscar as informações nos websites das próprias universidades e tentar se comunicar via email.

O importante é ter certeza de tudo que foi concordado, de trazer a documentação necessária e, principalmente, resolver a questão de visto de forma clara. Como já escrevi em outro artigo aqui, o visto na China é algo bem sério e requer atenção.

O exame de proeficiência na lingua inglesa, TOEFEL, pode ser feito no decorrer do primeiro ano de curso.

Como iniciar o processo:

Escolher a(s) cidade(s) onde quer aplicar – esse é um dado importante, pois se escolher uma cidade de interior, tem que saber que o processo de adaptação será mais complicado, que a cidade não oferece estrutura para estrangeiro e o inglês não vai ajudar no dia a dia. Por outro lado, tem o custo de vida muito mais baixo que Shanghai ou Beijing, por exemplo. E o ambiente facilita o aprendizado do mandarim, afinal, de alguma forma a pessoa tem que se comunicar fora da universidade.

Escolher a universidade – que terá que ser entre as que oferecem cursos em inglês e que atendam as expectativas de carreira (a não ser que se fale o mandarim de trás para frente, existem cursos de graduação em mandarim onde são aceitos estrangeiros!)

Seguir as instruções descritas no website, fazer contato com a instituição, enviar os documentos exigidos e esperar o resultado – geralmente a prova de aplicação é online (mas sempre fazendo contato e cobrando a resposta, pois aqui as coisas funcionam de uma maneira diferente, podemos dizer).

E quanto custa estudar na China?

Como escrevi acima, a escolha da cidade será o grande diferencial no custo de vida total aqui (desde a anuidade do curso, passando por moradia, alimentação e lazer).

Quanto mais longe das ‘bolhas internacionais’ que a China possui, mais barato será.

Mas para ter uma ideia, coloquei aqui o custo calculado pela Donghua University Shanghai.

Custo estimado de vida, de acordo com a Donghua University - Shanghai

Custo estimado de vida, de acordo com a Donghua University – Shanghai

Por estar na cidade mais cara de se viver na China, já dá para ter uma noção do custo total. Também recomendo que olhem o artigo sobre custo de vida que escrevi aqui.

Experiência pessoal

Vivo na China há muitos anos, meus filhos vieram para cá adolescentes, terminaram o IB (International Bacharelor) em escola internacional, e resolveram ficar por aqui.

Um  estuda ‘Fashion Design’ (Moda) na Raflle Institute e o outro ‘Management in Business Administration’ (Administração e Comércio Internacional), ambos na ‘Donghua University’. Para eles a vida se fez aqui, e pretendem ficar após se formarem e iniciarem suas carreiras profissionais.

No início desse ano, a lei mudou para estudantes estrangeiros que fizeram toda a graduação na China; poderão obter um visto de 2 anos para experiência profissional, investimento ou abrir seu próprio negócio em Shanghai.

A palavra de quem veio com esse objetivo

Mariana Camyla Duarte Pontes, 18 anos, Fortaleza Ceará.

“Cheguei em Agosto/2014 e não tenho previsão de retorno ao Brasil. Faço Medicina mas estou em processo de desistir do curso para começar a estudar Economia numa universidade em Shanghai. Escolhi Shanghai pois gostei muito da atmosfera da cidade, muito mais internacional que qualquer outra cidade chinesa. Eu gosto de dizer que eu não gosto da China, eu amo de paixão. O custo de vida é extremamente viável, com uma média de gastos de RMB 4.000,00 por mês (R$ 2.400,00) , com apartamento próprio fora da faculdade e saindo frequentemente para comer e beber. Recomendo muito a experiência.”

mariana com seus amigos do mundo na universidade em Shanghai.

Mariana com seus amigos do mundo na universidade em Shanghai.

Ana Ron, 22 anos, São Paulo-SP

“Cheguei na China setembro/2014. Pretendo voltar por volta de julho/2016, que é quando o intercâmbio termina (Ciências sem Fronteira). Curso ‘Arquitetura e Urbanismo’ na Tongji University. Escolhi a China porque amo esse país e meus pais são chineses.  Eu cheguei a visitar a China algumas vezes mas não tinha muita noção de como as cidades eram. Fui escolhendo de acordo com as faculdades/cursos e acabei em Shanghai. Foi uma das melhores experiências da minha vida!  O custo de vida  Shanghai, comparado com as outras cidades da China é muito alto. Mas mesmo assim ainda é viável, melhor do que São Paulo. E por último, recomendo sim a experiência! Mas quem vier tem q ter a mente aberta,  porque a China, apesar de ser maravilhosa, tem suas peculiaridades!”

Karen Oliveira, 25 anos, Belém -PA, em Shanghai desde maio/2012 e sem previsão de retorno.

“Não fui eu que escolhi Shanghai, a cidade que me escolheu. Conheci o Luiz, meu atual namorado, no Rio de Janeiro,  ele é de Shanghai e trabalhava numa empresa chinesa no Brasil. Decidimos vir para cá juntos. Escolhi o curso ‘International Trade’ na Donghua, porque era uma das poucas opções de cursos  em inglês na época. Acabei de me formar e já estou trabalhando aqui. A experiência de viver na China sempre foi muito boa pra mim, especialmente pelo fato de ser bem seguro comparada ao Brasil. O custo de vida é  viável, (gastamos em torno de RMB 15.000,00/mês). Definitivamente recomendo Shanghai.”

Giovana Valente Zuccas, São Paulo capital, em Shanghai desde setembro/2014 e o visto expira em julho/2016
“Faço arquitetura no Brasil, na Mackenzie e escolhi a China porque já tinha vindo antes, me apaixonado por Shanghai e pelo idioma. Queria muito uma oportunidade de aprender e surgiu o  ‘Ciência sem Fronteiras’. Minha experiência até agora tem sido incrível e não me arrependo um segundo de ter vindo. O custo de vida de Shanghai, apesar de ser mais alto que o resto da China, é bem viavel. Morando no dormitório, com uma vida social não muito extravagante, comida local, você consegue gastar por volta de 500 dólares/mês. Eu recomendo a experiência, com certeza! Mas lembrando que  NÃO é pra qualquer um. Se não tem mente aberta, não faz questão de aprender nada sobre a cultura, vai ter muitas dificuldades em entender e aceitar algumas coisas que acontecem aqui.”

Rafael Dutra de Freitas, 28 anos, Paraibano de Campina Grande mas radicado em Porto Velho Rondônia.

“Estudo Engenharia Mecânica e escolhi a China por que  é hoje o principal parceiro comercial do Brasil. Com o crescimento da industria tecnológica chinesa e no o apetite dos investidores chineses por novos mercados, os investimentos chineses no Brasil só tendem a crescer nos próximos anos. Essa necessidade precisa ser estreitada, por isso escolhi vir para a China para conhecer melhor sua cultura, aprender seu idioma, estar bem informado com o avanço da tecnologia local. Escolhi Shanghai pois sabia que a cidade era muito internacional. Com certeza foi a melhor decisão da minha vida!! Comparada ao restante da China o custo de vida aqui é bem superior, principalmente questões de moradia e alimentação. 
Para aqueles que querem crescer, que possuem uma mente  aberta e gostam de interagir e conhecer o que é diferente, aconselho demais essa experiência!” 
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Rafael, Ana, Mariana e Giovana.

Além das facilidades para estudar aqui, o custo não ser tão elevado como nos EUA ou Europa, a experiência de vida que um jovem adquire na China é sempre imensurável. E não se esqueçam do bônus que é falar e escrever o mandarim, que por ser compulsório, ou se aprende ou se aprende!

E você? Já havia pensado nessa possibilidade?

Até a próxima!

Esse texto foi publicado originalmente no blog Brasileiras pelo Mundo.

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5 pensamentos sobre “China – Graduação do outro lado do mundo?

  1. Pingback: Bolsas de Estudo na China – confira por onde começar! | China na minha vida

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