Bom gente… viajar na China é sempre uma aventura. Sempre vamos ter um ‘causo’ para contar, uma situação inusitada, algo fora do nosso controle. E aqui com toda essa peregrinação que já contei no post anterior, não poderia ser diferente.
Só relembrando, para situar quem chegou agora, levamos 5 horas para chegar até o Golden Summit e tivemos pouquíssimo tempo para apreciá-lo, já que percebemos que a volta até a estação do ônibus nos tomaria ao menos 2 horas, e o último ônibus era às 18:00.
E aí começa a aventura:
Faltando 2:15 horas para o último ônibus sair, nos dirigimos a estação do teleférico para voltar. Claro que havia uma fila maior do que a de qualquer brinquedo da Disney, em Orlando, nas férias de julho. Centenas de pessoas naquele labirinto e os 3 laowais (estrangeiros) no meio da multidão. Na realidade, depois avistamos mais dois grupos de estrangeiros, o que continuava nos dando o status de ‘agulhas no palheiro’, mas solidariedade de laowais é tudo por aqui!
De repente, alguém gritou alguma coisa (que obviamente nós não entendemos) e foi um tal de gente começar a pular o labirinto e ir para não sei onde… Olhamos um para o outro e decidimos ficar. Ao menos ali tinha um meio de transporte para descer. E o tempo foi passando e a fila quase andando para trás. Aí vem aquela famosa ‘lei de Murph’: quando precisamos que 1 minuto seja 1 hora, temos a impressão que os ponteiros do relógio ganham vida.

Os macacos de Emei Shan, só vimos os de pelúcia para souvenir…
E ainda tivemos que parar para tirar muitas fotos pelo caminho!
Conseguimos saber que ‘algo’ estava com problema, graças a um telefonema básico para o Mr. Liu em Shanghai, que falou com alguém que estava na nossa frente na fila. O problema que o inglês dele é restrito, então os detalhes ficaram na nossa imaginação. Só esperávamos que o ‘algo’ não fosse o teleférico.
E o tempo passando e nós no labirinto. Juro que começou me dar um desespero, pois não queria ficar ali, sem hotel, um frio de rachar e nenhum lugar para se abrigar. Só me restava rezar, não é? E minhas orações deram certo, porque as 17:30 conseguimos entrar no bondinho, que levou exatos 5 minutos para descer. E saímos de lá correndo, porque ainda tinha a escadaria de meia hora de trajeto (para descer todo santo ajuda, não é assim o ditado popular?).
Quando cheguei na porta da estação do ônibus, faltavam 5 minutos para as 18:00! Oba! Corremos para dentro e entramos na fila (é, de novo o labirinto. Afinal todo mundo que estava na fila de cima, estaria nessa também). Salvos, pensamos…
Mas, menos de 5 minutos depois, descobrimos que a aventura não havia terminado! Não haviam mais ônibus. Gente, eu não acreditei! As pessoas ali dentro, começaram a ficar agitadas, pois os guardas não deixavam que saíssem da estação. Até que um grupo descobriu uma porta lateral aberta e… vocês podem imaginar, aquele povo saindo desesperado. Olha, o que me dá mais medo de viajar na China nos feriados, é justamente esse aglomerado de gente. Não tem como escapar.
Ah, voltei a rezar, né? Se tínhamos chegado até ali, não era possível que não sairíamos dessa enrascada! Ligamos para a moça da agência que nos alugou o carro (que estava esperando no pé da montanha), para pedir que o motorista desse um jeito e subisse para nos buscar. Ela pediu o telefone que estava no ticket do ônibus, para checar o que havia acontecido. Explicamos que havia muita gente ali, na mesma situação que nós.
Nesse meio tempo, demos uma andada nos hotéis que haviam ali, e nenhum tinha vaga. Nisso vimos aparecer 3 ônibus na entrada do ‘vilarejo’. Imaginem pessoas desesperadas correndo em busca de salvação… foi assim que vi aquelas centenas de pessoas irem em direção aos ônibus.
Falei para meu marido: eu não vou. Eles vão derrubar o ônibus. E ficamos olhando… que situação!
A moça da agência ligou e disse para não nos preocuparmos, pois haviam bloqueado a estrada por conta de um deslizamento (que nós já tínhamos visto pela manhã) e os ônibus estavam presos lá. Era só ter paciência. Ok. Menos mal. Vamos esperar. Uma das primeiras coisas que aprendemos quando mudamos para a China é ter paciência. Por via das dúvidas continuei rezando. Definitivamente não queria ficar ali naquele frio!
De repente, não mais que de repente, surge do nada, um ônibus solitário, que passa pelo povo, ninguém nota, ele dá a volta pelo estacionamento vazio e pára.
Pára aonde?
Exatamente na nossa frente.
E abre a porta.
E sem tempo nem de pensar, pois nesse momento as pessoas já haviam percebido a existência do ônibus, entramos correndo e sentamos. O Mário perguntou: para onde vai esse ônibus? E eu respondi: Não sei, mas vamos nele! E começamos a rir, num misto de nervoso e felicidade. E eu agradeci. E muito.
Se eu disser para vocês que parecia uma daquelas cenas de filme em ‘slowmotion’, tudo acontecendo em movimentos lentos, com aquelas gotinhas brilhantes emoldurando a cena, vocês acreditam em mim? Ah, acreditem, pois é essa a imagem que tenho na minha mente, quando o ônibus foi se aproximando e parou e, como num passe de mágica, a porta abriu para nós entrarmos! Rs
A viagem foi tranquila e levou bem menos tempo do que a subida. Afinal a estrada já estava desbloqueada e para descer…
Chegamos ao pé da montanha, mortos de cansaço, exaustos. Fomos para o hotel, e nada que um bom banho quente e uma noite de sono não resolvesse. No dia seguinte, bem cedo, teríamos que pegar a estrada para voltar a Chengdu, onde fica o aeroporto (mais 2 horas de carro).
Como sempre digo, das histórias que conto aqui, depois que passa a gente ri. E ri muito.
Mas que na hora o desespero bate, ahhh bate!
Mesmo assim, volto a dizer: é um lugar lindo. Recomendo a viagem, só que com mais tempo e uma logística diferente da que fizemos.
Para Leshan, o esquema funcionou muito bem. Mas Emei Shan precisa de mais tempo.
E esqueci de comentar no outro texto, Emei Shan está entre as Montanhas Sagradas da China. Se perderam esse post, confiram lá!
E você, já passou por algum sufoco em viagens pela China?
Conta para a gente! =]
Zái Jiàn.
Que loucura!
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A vida também é feita de aventuras…hahaha.
Beijo
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Pingback: Calendário de Feriados na China – 2016 | China na minha vida
Hu Hu…q aventura!!!!
Só rezando mesmo….affff eu teria infartado.
Não tenho paciência para nd disso….teria q viver outra vez para me disciplinar.
Nem preciso dizer q por mais maravilhosos q sejam os passeios, não iria nunca.
rsrsrs
Beijussssssssssss
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imagino…hehehe
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Muito legal, Christine. Lembrei de vc contando este périplo para a gente em Shanghai.
Mas é isso mesmo que você disse, sempre vale a pena o esforço!
Mal fomos embora e já estamos saudosos… Estamos de volta, ao Brasil e a Belém. Temos que trabalhar para voltar, não é?
Abraço
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Sim!!! E voltem mesmo! Muito bom saber que fizeram uma boa viagem de volta. Abraço grande!
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sempre me repetindo, vc é ótima narrando!…….
beijo grande para vc e familia! muita paz!
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