O Mário está trabalhando em Jiaxing, uma cidade há uma hora e 15 minutos daqui de casa, ou 25 se usar o trem bala. Mas mesmo assim tem dias que ele fica até mais tarde e então, alguns dias da semana, tem se hospedado num hotel, chinês claro, porque lá não existe nenhum internacional.

Outro dia, quando o rapaz falou que ele ia ficar no segundo andar ele disse que não queria aquele andar e muito menos o quarto de final 15, pois já havia se hospedado lá e o quarto não é bom como os outros (ou menos ruim, como preferirem). Só que o rapaz disse que não poderia trocar, que não havia outro quarto disponível. Como assim? Jiaxing, numa segunda feira, um hotel de 16 andares, sem disponibilidade?

Nesse meio tempo chegou um chinês, e o rapaz muito solicito abriu uma segunda gaveta, cheia de cartões novos e deu para o cara outro apartamento mais alto e de outra posição. Se para ele tem, porque para mim não têm?, perguntou o ‘paciente’ Mario. Porque ele já tinha reserva, e foi logo dando o cartão para o Mário para encerrar o assunto. Quando ele olhou, viu que era não fumante (para minha frustração o Mário voltou a fumar na China, sempre tem o lado nem tão bom da coisa, né?) e ele queria um quarto de fumante já que ficaria até sexta pela manhã.

O cara olhou para ele, olhou para o computador, olhou para os dois lados, abriu uma gaveta e sacou…. um cinzeiro!!! Mas o ANDAR é de não fumante?!? Sim, respondeu o chinês, mas não tem problema não… é só o senhor não fumar perto do detector de fumaça. E lá foi o Mario com o cinzeiro na mão para seu quarto.

Esse é o padrão das regras num hotel chinês: se tem alguma, vamos quebrá-la, afinal temos que agradar o cliente, sempre!

Vai ver que o cinzeiro do hotel era que nem esse aqui! =]

E cigarro aqui é algo como status; já falei sobre isso em vários posts. Acho que como o Brasil antes da década de 1990, que as propagandas, as novelas e tudo mais sempre colocavam o cigarro em lugar de destaque. Já existem algumas leis para coibir isso dentro de restaurantes e bares aqui em Shanghai. Mas isso acontece porque aqui tem uma parcela razoável de vida ocidental. Além do que quando o governo baixa uma lei que não seja considerada prioridade, as Províncias não precisam aplicar imediatamente. Com isso, algumas coisas como o cigarro, o andar de pijamas pelas ruas, as roupas penduradas na calçada, foram leis de uma temporada, ou bem aplicadas em determinados locais do país.

Agora o que me chama atenção, mudando um pouco de assunto, é a seriedade como estão sendo aplicadas as novas leis de transito em relação a dirigir alcoolizado. O chinês que é flagrado com os níveis de álcool até uma certa quantidade considerada ‘moderada’ pode pegar 6 meses de cadeia, sim, sem choro nem vela, nem fiança, nem nada. E quanto maior o teor alcoólico, maior a pena. Me falaram (mas não encontrei nada ainda que me desse certeza) que para estrangeiro é a suspensão da carteira por 6 meses, e passando desse teor considerado ‘moderado’ é ‘deportação’. Sim da delegacia para o aeroporto, sem direito nem de arrumar a mudança.

A diferença entre as leis que inibem a bebida e das que restringem o cigarro, bem como a cumprimento de ambas, fica na questão de risco de morte. Não que o cigarro não mate e que não tenha uma considerável parcela da população fumante. Mas a questão da bebida, principalmente no transito, trazem consequências para quem consome e para os que não tem nada com isso. Um acidente de carro conduzido por um individuo alcoolizado é fatal.

Bom, a China tem jeito e tem ‘jeitinho’ também… o difícil é tomar conta dessa multidão!!! =]

Zái Jiàn!