Chinglish é o termo usado para descrever os absurdos que vemos na China em termos de tradução do chinês para o inglês. E se fosse só na linguagem oral, ainda vai. Eu mesma, de vez em quando, falo uns absurdos em inglês, mas na hora que a conversa está rolando, com duas taças de vinho, todo mundo se entende! J
Mas o duro aqui é que esses absurdos são escritos e divulgados e ainda colocados em placas em aeroportos, jardins e monumentos públicos. Isso sem falar nas traduções feitas por conta própria nos restaurantes e lojas. Ok, no Brasil existe o tão famoso “portunhol” e também vemos alguns absurdos quando alguém resolve colocar um nome “americanizado” num bar ou coisa assim. Mas aqui, só para variar, a coisa é gigante.
Tão grande que o Oxford Dictionary já reconheceu a palavra como substantivo e adjetivo e está lá a descrição: mistura de chinês e Inglês; variedade de Inglês utilizada pelos chineses ou em um contexto bilingue Chinês e Inglês, normalmente incorporando algum vocabulário chinês, ou Inglês com termos específicos para um contexto chinês.
Bom, na realidade o que acontece aqui é que eles já têm uma dificuldade imensa com o alfabeto romano. O Pin Yin, chinês escrito com alfabeto romano, foi criado para facilitar o entendimento dos estrangeiros (já falei sobre isso no post do dia…) mas poucos chineses conseguem ler. Eles aprendem a ler e escrever com os caracteres. A nova geração é que está aprendendo na escola o Pin Yin, mas só depois de estar completamente alfabetizado através dos caracteres.
Em 2001, quando ficou decidido que as Olimpíadas aconteceriam em Beijing em 2008, o governo implantou um programa para tentar corrigir e acabar com esses erros absurdos como uma placa que havia no aeroporto de Beijijg: “no entry on peacetime”, que podemos traduzir: ‘nenhuma entrada em tempo de paz’. Vocês vão concordar comigo que não existe acolhida melhor para um turista chegando à China! J
Algumas traduções são absurdas porque eles não entendem nossos termos ocidentais, como por exemplo, usamos ‘trabalhar como um cavalo’ para trabalho pesado, muito trabalho. Simplesmente porque aqui o cavalo não é usado para o tipo de trabalho que usamos no Ocidente. O inverso também acontece com a expressão ‘perder a face’ que eles usam para descrever quando uma pessoa foi humilhada ou cometeu um erro grave no trabalho e foi chamada atenção pelo chefe na frente de colegas ou subordinados. Isso é a morte para os chineses e para nós não faz muito sentido.
Outras acontecem por conta dos tradutores on line, que muitas vezes oferecem umas opções completamente ‘no sense’. Mas como a maioria que usa esse recurso não conhece o idioma inglês e tão pouco o nosso alfabeto, simplesmente copia e vamos em frente!
Estou colocando algumas fotos aqui retiradas da net, mas quem tiver curiosidade pesquise em ‘imagens’ e ‘chinglish’. Tem exemplos até cansar. Existem alguns fotógrafos que já editaram livros com os casos mais bizarros e divertidos.
Zái Tian!
Pingback: Chinglish: uma língua criada pelo tradutor eletrônico. | China na minha vida
Pingback: Caça ao tesouro em Shanghai. | China na minha vida
Pingback: Fotografando por ai… | China na minha vida