Outro dia, resolvemos almoçar num novo shopping que abriu em Shanghai (nem tão novo assim, mas nunca tínhamos ido…rs). Para variar, nem preciso dizer que o shopping é imenso, ultra moderno, tudo é maravilhoso, cheio de grifes famosas, três torres formando o complexo, um hotel 5 estrelas, edifício comercial e um pátio aberto no meio de tudo isso, maravilhoso, cheio de obras de arte e jardins, com os restaurantes ao redor.
E nesse vai e vem para se achar dentro do complexo, num dos pátios abertos nos deparamos com um construção mais antiga, bem no estilo chinês e na fachada escrito ‘Mao’s Space’. Conversando com uma amiga, ela comentou que quando desapropriaram a área para construir o Ji’an Kerry Center (nome do complexo), essa casinha foi preservada. Nunca tocaram nela.
Claro que fui dar uma espiadinha, né? Até onde entendi, essa casa foi de Mao Tse Tung. Numa parte pequena do prédio, aberta a visitação (entrada grátis), estão expostos alguns documentos que contam a vida de Mao T’se Tung, fotos e objetos de uso pessoal. No piso superior o quarto de Mao e numa segunda sala um telão com imagens contando um pouco da história.
Na realidade um espaço muito pequeno, mas no meio da modernidade e do estilo hight tech do Ji’an Kerry Center, preservaram uma parte do que foi aquele local.
Aqui na China, em nome do novo, da inovação, de crescer desenfreadamente, muitos houtongs, vilas antigas, prédios centenas de anos vem sendo destruídos para abrigar novos ‘skylines’, torres altíssimas, cobertas de vidro e tecnologia em cada viga. Então, mesmo que um pedaço tão pequeno, dentro da grandiosidade da obra, ali algo foi preservado.
Hoje a China, de modo geral, está sedenta por coisas novas, que mostrem o quanto o país avançou nesses últimos 30 anos, como a fénix que renasce das cinzas (nesse caso o dragão…), mas provavelmente, as gerações futuras sentirão falta de reconhecer suas raízes, como o país se formou e irão tentar resgatar um pouco do que está sendo destruído hoje.
E esse já um passo, mostrando que tudo pode ser feito, mantendo o equilíbrio.
A outra parte do prédio, que estava fechada no dia que fui, é uma galeria de arte. Hoje li numa revista que circula em Shanghai, que está acontecendo até dia 12 de outubro, uma exposição de artistas chineses: ‘The Ways of Object Being Named’.
Para quem está por aqui, é algo pitoresco.
Zài Jiàn!
Olá Christine!
Estou fazendo aulas de mandarim há 2 meses e comecei a me interessar muito pela cultura chinesa.
Gostaria de te perguntar sobre o Mao: como você acha que os chineses se sentem em relação a ele? Porque por tudo o que ele fez, eles o deveriam odiar (na minha cabeça), mas não sinto isso quando meus professores chineses falam dele.
Estou adorando seu blog e acompanho diariamente! 😉
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Olá Luiza. A imagem de Mao para os chineses de modo geral é positiva. O que se fala é que o que ele fez foi necessário para a China chegar onde está. O povo realmente idolatra Mao. Bem interessante isso.
Abraço é obrigada pela audiência ao blog.
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Esse shopping sempre é novo: impossível visitar o empreendimento todo, ele sempre é uma novidade. Eita china
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É isso mesmo! Eita China! =]
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oi! bom dia por aqui!
muito boa a matéria, pois destaca a importância da preservação da história, costumes, de um povo! coisa que aqui parece que é muito difícil! primeiro esperam praticamente não ficar pedra sobre pedra, para depois cuidar de restaurar e lá se vão anos e muito dinheiro! tudo feito por gente com pouca ou nenhuma capacidade!……………………mas é isso ai! continue com tua curiosidade fantástica, e nos presenteie!
beijão para vc e fa
milia!
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Pois é… mas aqui não é diferente… sempre os interesses de alguns que estão governando. Essa é a vida moderna.
Beijo
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