Ontem teve festa aqui no condomínio. Um jantar ao ar livre para celebrar o final do verão, mais ou menos isso.
Todos os funcionários de uniforme, feitas as apresentações de cada equipe com seu líder, comes, bebes, sorteios e algumas apresentações artísticas para animar o pessoal e não ser aquele negócio de senta, come, levanta e tchau! J
Foi assim que conheci o ioiô chinês ou Tzuh ling. A apresentadora explicou que esse era um brinquedo popular antigamente, mas que hoje essa tradição está se perdendo com as crianças cada vez mais ‘conectadas’ e sem ver graça nas brincadeiras de rua. E para demonstrar como o brinquedo era usado e nos ensinar a brincar eles convidaram um grupo que se comprometeu em divulgar essa prática pela china. O que me espantou era que esse grupo era formados por idosos, todos com as roupas vermelhas e douradas e com exceção de um ou dois integrantes, os demais tinham pelo menos uns 70 anos!
Foi super interessante e consegui descobrir que Tzuh-ling significa sino vazio ou sino de vento. E consiste em dois discos de tamanho igual, conectados com um eixo longo e é mantido girando em uma corda amarrada a dois bastões em suas extremidades. Ele também é utilizado em algumas danças étnicas chinesas. Se tem noticia do uso desse brinquedo desde a Disnatia Ming (1386 a 1644), mas ninguém sabe ao certo quando surgiu e quem o inventou.
Originalmente, o ioiô chinês era feito de madeira ou bambu. Hoje, são compostos de duas rodas de plástico e uma haste de aço. Alguns possuem buracos na borda dos discos, o que proporciona um som meio estridente quando girando em alta velocidade. O som permite medir sua velocidade e ajustar o ioiô com harmonia, quase como um instrumento.
É interessante que podem ser usados por pessoas de qualquer idade. Há muitas maneiras de se ‘jogar’: usando as mãos, dedos, pernas, pescoço e até a cintura. Os chineses acreditam que quem usa o ioiô ao menos 15 minutos por dia, melhora a sua coordenação, flexibilidade, resistência e força, resultando em um corpo ágil e uma mente afiada. Mas, tirando a geração mais velha, hoje ele é usado por artistas de circo, malabaristas que fazem manobras cada vez mais ousadas.
Um outro tipo de ioiô que também foi apresentado pelo grupo é composto por um bastão curto com uma ‘cauda’ de papel de seda, parecendo a rabiola de uma pipa, mas extremamente bem elaborada e colorida. Essa cauda pode chegar a 1 a 2 metros e é movimentado em círculos, que vão ganhando velocidade e acaba girando em volta da pessoa que o manuseia. Bem bonito esse tipo.
No final eles tentaram ensinar os laowai a manejar os ioiôs, mas precisamos de muito treino para chegar a conseguir ouvir o barulho que só é possível com a velocidade do movimento.
Quem sabe no ano que vêm… J
Zái Jián!