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China na nossa vida – Intercâmbio na China.

Faz algum tempo que não publico nenhum texto com a tag ‘China na nossa vida’, que são textos escritos por outras pessoas que vivem ou viveram aqui e deixam seu depoimento, sua experiência e o quanto a China faz parte da vida delas.

Já escrevi centenas de vezes aqui no blog que ninguém vem para a China e sai ileso – alguma coisa (ou muitas coisas) ficam para sempre conosco. Não tem jeito.

E escrevendo um post para o Brasileiras pelo Mundo, blog que sou colaboradora, sobre fazer graduação na China, pedi alguns depoimentos para estudantes que conheço, que estão estudando aqui, por vontade de fazer diferente, por ser uma opção viável, por querer superar seus limites. Jovens que vieram sem a família, sem as facilidades de ser expatriado por uma empresa (uma realidade da China) e estão mostrando que não estão para brincadeira.

Dentre esses depoimentos, dois foram mais do que as 3 linhas que pedi, falando sobre o porque escolheu a China. Foram cartas cheias de vida e entusiasmo pelas suas escolhas. Então resolvi publicar aqui, como um depoimento de alguém que veio sabendo (ou imaginando…) que teria um enorme desafio pela frente, que soube superar as barreiras e está aqui dizendo que é possível!

O Rafael e a Nayara, que hoje estão em Beijing, mas já passaram por Wuhan. Ambos vieram pelo Programa Ciência sem Fronteiras e estão muito satisfeitos com a vida aqui. Mas deixa eles mesmo contarem para vocês:

Com a palavra, Nayara:

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Meu nome é Nayara Emy Imazu, 23 anos. venho de Maringá – PR e curso Biomedicina. Cheguei em agosto de 2014 e vou embora em julho de 2016.

A China foi minha escolha primeiramente por ser um país totalmente oposto de tudo o que vivemos no Brasil, desde culinária até sistema governamental, além de sua cultura milenar, então seria o país que me levaria para mais longe da minha zona de conforto, proporcionando um aprendizado imensurável. Outro motivo foi pela oportunidade de poder aprender a medicina tradicional chinesa, onde está o berço da acupuntura e ampliar meus conhecimentos na área da saúde entendendo o lado da medicina oriental.

As cidades de destino para estudo da língua chinesa e para a graduação foram escolhidas pelo próprio programa, mas antes de serem definidas nos deram a permissão de pontuar três universidades de preferência para graduação, isso nos deu um pouco mais de segurança. Meu primeiro ano foi em Wuhan, uma cidade localizada no centro da China. E mesmo sendo uma cidade grande, bem conhecida em todo o país, possui uma cultura mais tradicional. Em Beijing, onde estou passando meu segundo ano, a cidade é mais aberta ao mundo estrangeiro e sinto mais facilidade de acesso aos serviços. O custo de vida aqui é mais alto comparando com Wuhan, mas estamos falando da capital do país.

Uma experiência de intercâmbio é um sonho para qualquer estudante. Claro que também tem seu lado difícil, com as pessoas que ama tão longe,  quando o termo “do outro lado do mundo” vira realidade na sua vida e quando toda sociedade pensa e age de um jeito que você nunca imaginaria (até nas coisas mais simples do dia a dia, chega a ser engraçado). Mas faz parte a saudade, a paciência, a coragem, a mente aberta.

Acredito que a experiência que estou vivendo aqui não seria tão impactante na minha vida se estivesse em outro país. O difícil se torna legal e interessante de viver e a oportunidade de aprender uma terceira língua é demais (ainda mais quando você pode conversar com a maior população do planeta). A segurança desse país é incrível e temos nossas regalias aqui também. Se no futuro a oportunidade de voltar para cá surgisse novamente, com certeza seria algo a se pensar com muito carinho. Por isso recomendo sim essa experiência. Mas venha sem frescura e de coração aberto.

E agora o Rafael Yuri:

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Olá, sou Rafael Yuri, 24 anos, natural de Marília, São Paulo. Graduo Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá e decidi trancar o curso em pleno 5º ano para sair atrás do meu maior sonho até então: ter uma experiência no exterior relacionada a estudo e trabalho.

As opções de países para atingir tal sonho são inúmeras. Escolher a China pode ser considerada por muitos uma escolha “doida”.

Mas apenas sair do Brasil já não é algo suficiente, o mercado de trabalho exige mais do que isso, ele busca por pessoas diferenciadas, que poderão agregar e compartilhar suas experiências com ela.

Com isto em mente, entre todas as opções que o programa ‘Ciência Sem Fronteiras’ oferecia, uma chamou muito a minha atenção: China. Pois de forma geral, os outros países ou ofereciam cursos em inglês ou exigiam conhecimento prévio da língua nativa. A China estava entre os poucos países que ofereciam um curso de línguas extenso, sem necessidade de conhecimento prévio e com um ano de curso de mandarim, além de passar mais um ano cursando Engenharia Química ministrado na língua nativa chinesa.

Não foi necessário muito tempo para perceber que esta era a chance de ouro. A China é a atual maior parceira comercial do Brasil, grande candidata (por alguns já considerada) à maior super potência econômica mundial, além de grande investidora em mais de 80 nações ao redor do mundo, ultrapassando U$60bi investidos (dados: Revista Exame).

Atualmente moro em Beijing, onde vou estudar minha graduação, de agosto a julho. A opção pela cidade e universidade foi por conta própria, tendo como plano de fundo a cidade como grande chance de estágios futuros e a universidade por estar entre as melhores da China. O curso de mandarim, que durou um ano, foi feito em Wuhan, de agosto de 2014 a julho de 2015.

Mesmo com as muitas dificuldades encontradas desde a chegada na China, um ano atrás, não existe a chance de se arrepender da escolha. Futuramente pretendo voltar à China ou me envolver com empresas que se relacionem com o país.

Vir à China está acumulando inúmeras experiências, estas que muito provavelmente serão aproveitadas futuramente. Devemos vir ao país de cabeça aberta, entender ao invés de contrariar, pois posso dizer de antemão: não é fácil, é diferente e você não vai mudar a China por que você não gosta de algo que acontece por aqui.

Então abra a mente e entenda o que é prezado aqui, desde tradições e religião até, principalmente, o que é falta de respeito e o que não é (que para nós pode ser).

Com um ano de China, posso dizer sem dúvidas que esta é uma experiência que pode redirecionar tudo na minha vida.

Do mesmo jeito que a Verena, que veio fazer um mestrado em mandarim, esses jovens superaram seus limites, pois a China sempre exige isso de nós. E como eles existem mais centenas de brasileiros estudando na China por conta própria, pelo programa ‘Ciências sem Fronteiras’ ou outro tipo de intercâmbio.

Rafael e Nayara, que sua graduação, recheada por essa experiência na China, seja o primeiro passo para um caminho de muito sucesso.

E você? Tem alguma história para contar da sua vida na China? Entre em contato. O blog é construído pelas histórias de quem está aqui.

Zài Jián!

9 pensamentos sobre “China na nossa vida – Intercâmbio na China.

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  3. Adorei ler essas experiências. Tudo isso me inspira muito, pois desde que voltei da China à passeio há quase dois meses, penso seriamente em de alguma forma voltar para estudar (pois já sou formada). Foi a segunda vez que visitei a China e dessa vez quando voltei, parecia que eu não pertencia mais ao meu “velho” país. Obrigada Christine por fazer essa preciosa “ponte”, tenha certeza que você também me inspira muito.

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    • Maria Zélia, não sei ao certo se seu objetivo é estudar a língua ou tentar uma graduação, pós, mestrado, etc, mas algumas faculdades oferecem o curso de mandarim e de graduação. Grande parte delas está muito bem preparada para receber estrangeiros. Além do mais, não acredito que as despezas sejam muito grandes. Abraços, Rafa!

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  4. oi! bom dia por aqui! chove! é primavera!!!!!!!!
    gostei dos depoimentos e, espero e desejo muito sucesso para o casal!
    é muito bom de se ver esse tipo de atitude, ainda mais de jovens!
    como sempre seu trabalho é muito bom!
    beijo grande para vc e familia!

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