‘Chinese Paper Cutting’, a arte chinesa de cortar papel, em mandarim chama-se jiǎnzhǐ (剪纸), é uma prática milenar praticada desde que o papel foi inventado por Cai Lun, durante a dinastia Han. Notou-se que esse material era versátil, flexível e possibilitava diversas combinações. Na dinastia Tang, essa arte se tornou tema de poemas e, apesar dessa prática ter se espalhado pelo mundo, onde adquiriu às características culturais de cada local, a China é reconhecida como a criadora e é o único país que essa técnica foi reconhecida pela UNESCO como parte da cultura Imaterial.
Foi listado na lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO em 2006.
Hoje em dia os ‘papéis recortados’ são utilizados em cerimônias familiares, religiosas e celebrações de festividades típicas da China. Também são usadas nos funerais (onde são queimadas junto com o dinheiro e outros ‘presentes’) e para agradar aos antepassados e aos ‘deuses’.
Mas o uso mais comum é a decoração de portas, janelas e paredes. Os chineses acreditam que o ‘papel recortado’ em vermelho na porta traz boa sorte e felicidade para toda a família. Os cortes de papel são muito usados durante os festivais tradicionais chineses, particularmente no Ano Novo Chinês. Também são dados como presentes para os amigos ou membros da família. Na cultura tradicional chinesa, o ‘papel recortado’ pode atrair prosperidade, saúde ou boa colheita.
Os cortes mais comuns:
“Fu (福)” – durante o Ano Novo Chinês é colado de cabeça para baixo na porta de entrada para expressar o desejo de receber a felicidade na casa/comércio.
“Xi (囍)” – nos casamentos, os recortes em papel vermelho são praticamente obrigatórios, garantindo aos noivos a felicidade na vida à dois.
“Shou (寿)” – em aniversários de pessoas mais velhas desejando longevidade.
Resumindo os papéis vermelhos recortados – jiǎnzhǐ – são portadores de desejos de saúde, felicidade, fortuna, esperança e boa sorte.
Hoje é comum ver quadros com molduras e até livros em que há figuras maravilhosas em papel recortado.
Há algum tempo ganhamos esse livro com recortes do zodíaco chinês. O que mais me impressionou foi a diversidade de cores usadas em cada animal. Realmente algo impar e de uma beleza extraordinária, e os recortes são todos coloridos. Lindo demais!
Esse foi o paper cutting com nossas caricaturas, baseadas em fotos nossas. Tá convencendo?
Andando pelos pontos turísticos da China, nos deparamos com verdadeiras obras de arte que utilizam essa técnica. Cenas da vida diária, paisagens, símbolos da cultura chinesa, pessoas, tudo o que imaginar pode ser recortado pelas mãos desses artesãos/artistas.
E o que é necessário para fazer o jiǎnzhǐ? Papel (claro), tesoura e uma habilidade chinesa incomparável!
Embora outras formas de arte, como a pintura, também mostram cenas semelhantes, o papel recortado se destaca por seu charme – linhas exatas e padrões engenhosos que são todos feitos à mão. Aparentemente é fácil de aprender a recortar um pedaço de papel, mas muito difícil de dominar com a perfeição que vemos aqui.
Para quem quiser tentar, tem aqui um link de um tutorial, passo a passo! =]
E se colocarem o termo ‘chinese paper cutting’ no youtube, também vai surgir vários tutoriais.
Agora se alguém fizer, por favor, enviem a foto com o resultado para a gente ver!
Zài Jiàn.
Ola Christine. Parabens pelo seu blog! Ja faz algum tempo que eu o leio em silencio. Ja fui tres vezes a China, pretendendo ir mais. Namoro uma mocinha chinesa(que mora na China) ha alguns anos, fui passar ano novo chines com a familia dela, bem tradicional, em Hubei. Sempre é uma experiencia fantástica(as vezes dificil tambem hehe). Estudo tambem lingua e cultura chinesa no Instituto Confucius da PUC, e seu blog é uma das coisas que aqui me ajudam em minhas saudades da China e da cultura chinesa. Continue a escrever, a China tem mesmo uma cultura e sociedade fantásticas, muito ricas e as vezes opostas, temos que ter muita inteligência para procurar as coisas certas e separar o que achamos.
Parabens pelo trabalho! Xiexie! Gong xi gong xi!
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Olá Martin,
Muito obrgada pelo seu comentário. Vc não sabe o quanto essas manifestações me estimulam a continuar, a buscar mais e mais coisas, a entender a cultura. Mas te digo, a China não é tão simples e às vezes a beleza se esfumaça nas dificuldades que vivemos aqui. Mas mesmo assim, depois que passa a raiva (rs), às vezes a frustração, procuro continuar vendo a China pelo seu melhor lado.
Afinal, decepções temos em todos os lugares. Até mesmo no Brasil… e não é pq tenho vontade de chorar com as coisas que tenho visto acontecer por aí, que deixo de amar e buscar as coisas boas que nosso país tem para mostrar, não é.
Abraço e boa sorte!
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Graças ao seu blog , cada dia fico conhecendo um pouco mais a China. Aguardo ansiosa suas postagens maravilhosas!
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Obrigada Célia. O carinho de vcs que seguem o blog faz toda a diferença.
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Coisa mais linda mesmo. No Japão a gente chama de kirigami, mas não sei se na China é a mesma coisa. Acho super legal, mas eu não tenho coordenação motora nenhuma pra fazer isso.
Kisu!
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Aqui é Jianzhi…rs
E somos duas, falta de coordenação TOTAL!
Beijo
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oi!
bom dia aqui! finalmente as temperaturas estão mais baixas, e já
dá para respirar mais tranquilo!
a matéria deste post é fantástica! incrivel as habilidades manuais, a criatividade desse povo!
uma pena que as nossas escolas, praticamente não cuidam mais de desenvolver as habilidades manuais de nossas crianças, e hoje quem faz artesanato por aqui, tem de gastar muita grana, pq maior parte das tecnicas necessitam de materiais, e as pessoas tem de gastar e só vai grana para uma ou duas empresas ( acrilex)…….
espero ainda ir até ai ver isso tudo de perto!
sei que é complicado, mas imagina, viajar pelos recantos mais escondidos, as aldeias, o que não vai se encontrar de artesanato e arte!…….no nosso pais a educação está falida, tem muito tempo! cuidou-se de alfabetizar, mal e porcamente e fica combinado assim!………………beijo grande para vc e familia!
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É Edson, cada vez mais dificil encontrar jovens que façam esse tipo de artesanato. Aqui na China também está um pouco assim. Muita tecnologia. =]
Abraço
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Christine, gostei tanto dessa postagem que perdi o fôlego para comentar. A única coisa que posso dizer é que eu era um “zero à esquerda” nesse assunto. Adorei sua reportagem, Chris.
Um abração grandão para vocês todos aí,
Manoel
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E eu então… fui reprovada na Educação Infantil…hahaha
beijo
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