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Livro – A Ultima Rosa de Xangai.

Os romances baseados em fatos reais são, definitivamente, meu estilo de livros predileto. Quando junta-se ao pacote um cenário que conheço, que posso “ver” as descrições dos lugares quase como se estivesse por lá, ai sim , o livro já ganhou meu coração para sempre. Tudo faz mais sentido e podemos ter uma real dimensão do que está sendo relatado.

Pois bem, como diz o título, esse romance se passa na minha querida Shanghai (Xangai), na região mais icônica da cidade, o Bund, e dentro de um dos edifícios mais charmosos que há nesse local, o Peace Hotel, hoje em dia, administrado pela rede Fairmont (em breve vou escrever sobre esse local maravilhoso e tão importante na história da cidade).

Além desses detalhes, que por si só já me fariam amar o livro, tem a questão da invasão do Japão a China durante a Segunda Guerra Mundial e as atrocidades cometidas em Shanghai, que eu pouco sabia. Terminei o livro dois dias depois de chegar a cidade e meu caminhar pelas ruas do Bund tiveram, literalmente, um olhar bem diferente, dos demais passeios que fiz na região nos 12 anos que vivi na cidade.

Hoje o governo procura abafar as tragédias (se bem que o sentimento de repulsa pelo Japão, nunca foi escondido) e ressaltar os anos glamorosos da década de 1920, com a famosa “Old Shanghai”, cheia de mistérios, muito dinheiro, mulheres lindas e homens poderosos. Um cenário perfeito.

Já havia lido muita coisa e visitado Nanjing, onde se deu o massacre de 1937, em que os japoneses assassinaram 300.000 pessoas em pouquíssimos dias (vale ler esse artigo para saber mais: O Museu do Massacre).

Em outro livro que tem resenha aqui no blog, A Amante do Governador, que se passa em Macau, também é possível ter uma noção do rastro de destruição, barbaridade e mortes  que o Japão deixou no sul da China, em Hong Kong e outros países asiáticos.

Depois disso tudo e de algumas pesquisas que fiz por curiosidade e indicações que recebi quando falei do livro no Instagram, é cada vez mais fácil de entender esse mal estar entre China e Japão. Por mais arrependimento e desculpas que se tenha feito, ainda é muito recente e a história é viva, muitas das pessoas que passaram por essa atrocidade, tanto Asia com os japoneses, quanto na Europa com os Alemães, estão vivas e são as testemunhas do que ocorreu na Segunda Guerra.

Voltando ao livro

Já deixei bastante sobre o pano de fundo desse romance, mas deixo aqui a resenha da Editora Presença:

Na Xangai de 1940, ocupada pelos japoneses, uma herdeira chinesa e um judeu refugiado apaixonam-se ao som da música… contra todas as expectativas. Contra todas as convenções.
Quando Shao Aiyi, uma jovem herdeira e dona de um popular e glamoroso antigo bar de Xangai, contrata Ernest Reismann, um judeu refugiado alemão, para ali tocar piano, estava longe de imaginar a caixa de Pandora que abriria. Ele vivia na miséria e tinha perdido toda a esperança, vagueando pelas ruas de uma Xangai ocupada pelos japoneses, em 1940 – até ela cruzar o seu caminho.
Aiyi é uma mulher um pouco fora do seu tempo, e a contratação de Ernest causa espanto entre os clientes do bar e a sociedade da época. Porém, é justamente o jazz daquele estranho que devolve ao bar de Aiyi a cor, a vida e o sentimento de outros tempos, de tal forma que o sítio se torna o mais procurado da cidade. Entre blues e outras sonoridades, Aiyi e Ernest rapidamente percebem que não é apenas a música que os une; as diferenças que os separam parecem ser inconciliáveis. E ela está comprometida com outro homem.
Enquanto a guerra toma conta do mundo, as vidas de Aiyi e Ernest afastam-se cada vez mais e ambos deparam com uma escolha terrível: sobreviver ou amar? Em breve, a resposta chega por meio de uma cadeia de acontecimentos que mudará os seus destinos para sempre.
Intemporal, romântica e dramática, esta é uma história de amor e redenção que já apaixonou milhares de leitores em todo o mundo.

Sobre a autora – Weina Dai Randel

Autora premiada e bestseller internacional, Weina Dai Randel é reconhecida pelos seus romances históricos, entre os quais se destacam A Imperatriz da Lua Brilhante e A Última Rosa de Xangai. Galardoada com o prémio RWA RITA®, foi também finalista dos National Jewish Book Awards e duplamente nomeada para os Goodreads Choice Awards, tendo os seus livros sido traduzidos em mais de dez línguas. Nascida na China, Weina Dai Randel mudou-se para os Estados Unidos da América aos 22 anos, formou-se em Língua Inglesa, na Texas Woman’s University de Denton, e foi professora na Universidade de Southern New Hampshire. A autora vive em Massachusetts com a família.

Algumas críticas:

«Se gosta de romances passados na Segunda Guerra Mundial, em que a paixão e a realidade dramática se misturam numa história rica em pormenores, não pode perder este livro.» Booklist

«A Última Rosa de Xangai merece um lugar de destaque entre os muitos romances que tratam o período da Segunda Grande Guerra.» Historical Novel Society

«Uma história incrível, que nos mostra um lado da guerra que pouco conhecemos. Leitores, notem o que vos digo: não esquecerão este livro tão cedo.» Pam Jenoff

Claro que já estou atrás do outro livro dela, A Imperatriz da Lua Brilhante. Assim que ler trago novidades.

Zái Jián

7 pensamentos sobre “Livro – A Ultima Rosa de Xangai.

  1. Pingback: Peace Hotel: O Palco Secreto de Shanghai | China na minha vida

  2. Obrigada pela indicação Cris….eu li Os Cisnes Selvagens, que conta também sobre o inicio do comunismo na china….achei uma leitura muito boa, com muitas explanações, mas também criticas dos momentos conturbados que a China passou com a chegada dos japoneses….ouvi falar que foi lançado recentemente um documentário sobre “As mulheres de Conforto”….eu não sei muito como as chinesas “sobreviveram” a humilhação de serem escolhidas como prostitutas dos soldados japoneses. Até tentarei ver os filmes antigos como Flores do Oriente para saber mais. Das coreanas li a respeito. Para essas até uma cidade foi “edificada” porque pais e outros cidadãos não as aceitaram de volta….até tem um episódio do dorama amanhã que consta essa passagem. Muito triste!

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  3. Eu tb achei interessante. Já o escrevi na minha lista. As atrocidades cometidas pelo Japão são pouco conhecidas. Tento perceber as razões de não se falar no assunto… Talvez, por terem sido vítimas de bombas nucleares?

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  4. Boa tarde!

    Tudo que colocou me tocou profundamente, pois me apaixonei pela história e arte da China e de outros países do oriente. Vi algumas séries chinesas para entender melhor. Há sete anos estudo a Medicina Tradicional Chinesa e, mais recentemente, o Tai Chi Chuan, mas ainda não consegui visitar este país fascinante para mim. Sou muito sensível à história de nosso país e lamento não investirmos pesado na preservação da cultura – escudo e fortaleza de uma nação. Me arrisquei escrever um romance baseado em histórias de vida com alguma ficção – não pude deixar de falar do Tai Chi. Vou ler os livros indicados , com certeza! 

    Eu gostaria de ir à China em uma viagem de pelo menos seis meses, para estudar um pouco mais sua cultura, especialmente história e arte. Às vezes, imagino pessoas que possam ter interesses comuns e ir em grupo, a fim de tornarmos esses projetos mais acessíveis. O voluntariado seria uma opção para mim.

    Se houver possibilidade de mais dicas e orientações, seria ótimo!

    Gratidão.

    Abraço e Paz!

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    • Olá! Que bom que gostou, se você colocar na busca do blog “livros” vai ter bastante sugestões. Dois que recomendo fortemente são “As Rãs” e “A Boa Terra”, ambos tem resenha aqui.
      Espero que seu sonho se concretize, A China é mesmo um pais que encanta.
      Abraço.
      Christine

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