A China de um modo geral, e Shanghai em especial, possuem um talento nato para coisas meio ‘estranhas’ para nosso senso critico, lógico e ocidental de ser. Mas às vezes eu realmente acho que eles se superam! Outro dia li uma nota sobre as hilárias esculturas publicas de Shanghai e fui dar uma pesquisada. Algumas eu já havia visto, outras nem imagino onde estejam e outras que eles citaram eu não encontrei (quem sabe o governo tenha retirado a bem da sanidade mental dos habitantes dessa cidade). Mas mesmo assim ainda há muito o que mostrar, o que parar e olhar as pessoas olhando com os olhos arregalados (só nos resta saber se é de espanto ou admiração…rs).
Para vocês verem que não estou jogando sujo, nem falando demais, descobri que em 2004 foi realizada uma pesquisa pelo Departamento de Planejamento Urbano de Shanghai e, naquela época haviam 1.034 esculturas urbanas espalhadas pela cidade, mas somente 10% foram consideradas ‘excelentes’, ‘80% medíocres’ e o restante poderia ser chamado de ‘lixo’ (uiiiii).Talvez incentivados por essa pesquisa, o governo decidiu que até 2020, Shanghai terá pelo menos 100 esculturas de referência mundial. E o autor da nota, colocou que “era compreensível que Shanghai quisesse aparecer com uma bela imagem da sua arte publica, mas antes precisa ensinar o povo a não ‘sentar na sua arte’”. Até imagino a cena que provocou esse comentário…
Procurei, mas não encontrei o número de esculturas que existem hoje em Shanghai, e quantas estão dentro do conceito proposto em 2005, mas para 2020 ainda temos 8 anos. E aqui 8 anos é tempo suficiente para eles construírem mais coisas que a nossa singela imaginação permite.
Mas vamos conferir a arte de Shanghai:
Essa é uma das mais conhecidas, pois fica ao lado do elevado que praticamente corta Puxi do Aeroporto de Honqiao até o rio que divide Puxi com Pudong. Uma amiga que hoje está na Alemanha, dizia que para ela, essa escultura é a perfeita descrição da China: completamente fake (falsificada), se referindo as cópias de tudo que fazem aqui.
Esses pandas gigantes e brilhantes em inox (sim eles são meio espelhados) foram colocados ao lado do pavilhão da China na Expo 2010. Um contraste grosseiro, já que esse pavilhão é uma verdadeira maravilha em termos de arquitetura e execução, de acordo com o engenheiro que mora aqui em casa (rs). Zhang Huan foi o artista que assinou os pandas ‘hehe, xiexie’ que representam (para o artista) ‘harmonious society, harmonious world’ – harmonia da sociedade, harmonia do mundo. Fazendo uma alusão ao slogan da Expo: ‘better city, better life’ (cidade melhor, vida melhor)
Eu sei (e como sei, afinal trabalhei numa secretaria de Cultura e organizei alguns Salões de Arte) que arte é um assunto polêmico, que a liberdade de expressão, a veia criadora, a reflexão de mundo, a sensibilidade do artista precisam ser respeitadas. E eu respeito, mas nem tudo eu aceito. Até mudei minha relação com a arte depois de conviver com artistas e aprender um pouco mais com uma ‘professora particular’ em tempo integral, que me abriu os horizontes e a maneira de ver a arte. E olha que ela teve um trabalho duro… Mas ainda assim é muito difícil aceitar e simpatizar com coisas feito essa. Sorry, Fátima e Mônaco se decepciono todo o esforço que vocês dispensaram à essa pessoa… =O
Mas isso é como minha relação com a China. Mudou muito meu olhar, causou um estranhamento brutal, me fez repensar e reavaliar meus conceitos tidos como definitivos, mas mesmo assim, não é com tudo que concordo. Sempre respeito e procuro entender a lógica ou a mensagem (no caso da arte).
Esse imã está no jardim do prédio que simboliza até agora o poder econômico de Shanghai e da China, o SWFC – Shanghai World Finacial Center. O nome dado foi ‘Global Magnet’ e segundo a matéria, simboliza a força com que essa área da cidade atrai as pessoas (agora, chinês que não é atraido por dinheiro, eu não conheço, rs).
O artista que assina essa escultura é Peter Woytuk, e ainda batizou a ‘obra’ de ‘cores da felicidade’. Gente, é sinistro isso. Parece urubu rondando carniça, e foi descrita na revista como macabra. Eu concordo…
Esta ‘arvore laranja’ (esse é o nome), é do artista cubano Alexander Arrechea. A árvore das cestas de basquetebol. =/
Eu vou ficando por aqui… e olha que a lista não tem fim. Mas já dei informação demais.
E claro que há esculturas públicas maravilhosas, com ideias sensacionais de interagir com o as pessoas que passam por elas. Prometo postar na próxima semana.
Agora essas que postei hoje são o ‘oó’, ahhhh ninguém me convence do contrário!
Zài Jiàn!