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Mulheres chinesas que fizeram história

Como estamos em março, mês da mulher, vamos falar de duas mulheres que fizeram história na China: uma durante  a Dinastia Zhou e a outra na China moderna.

Wǔ Zé Tiān武则天

E esse tópico é muito interessante, pois pouco se fala delas no mundo, em especial sobre a Imperatriz Wu, que foi de fato Imperatriz da China com todos os poderes e deveres do cargo em questão.

Já escrevi muitas vezes sobre Sisi, conhecida como a Imperatriz de Ferro, que na realidade ocupou o cargo de fato, mas não de direito. Sisi teve um papel muito importante para as mulheres na China: foi ela que acabou, por decreto, com os “pés de lótus”, mas como já escrevi não era a imperatriz de verdade.

Então vamos falar um pouco da pessoa que nos longínquos anos de 650, mostrou o quão forte e determinada era a mulher na China antiga.

Ela viveu durante as Dinastias Tang 唐 e Zhou 周, nasceu em 17 de fevereiro de 624 e faleceu em 16 de dezembro de 705.

Wǔ Zé Tiān era uma mulher bem-educada, carismática e forte.  Ficou famosa por traçar grandes estratégias para chegar ao poder absoluto. 

Não demorou muito para se tornar a concubina do imperador Tàizōng太宗 e mais tarde de seu nono filho, o imperador Gāo zōng高宗 . Em 655 tornou-se oficialmente sua Huánghòu皇后, Imperatriz Consorte, (título para a consorte principal do imperador reinante).

Depois disso, a ascensão da Imperatriz Wu ao poder foi rápida, embora tivesse considerável poder político antes disso. Ela foi a mulher mais poderosa e influente da corte durante o período em que o Império Tang estava no auge de seu poder e glória.

Por se mostrar muito mais decidida e proativa do que o marido, é considerada pelos historiadores como o verdadeiro poder por trás do trono e foi uma figura governante por mais de dezoito anos.

A Imperatriz Wu recebeu honras e privilégios que não foram desfrutados por nenhuma outra imperatriz chinesa.

Em 660, depois de Gāo Zōng cair acamado, Wǔ Zé Tiān tornou-se administradora da corte, uma posição igual a do imperador.

Isso durou até a morte de Gāo zōng,  tornando Wu Imperatriz viúva e regente.

Ela conquistou o poder de forma independente e exclusiva e, sete anos depois, ela assumiu o trono na dinastia Zhou, tornando-se a única imperatriz reinante na história chinesa.

Por ter governado de 665 a 690 por meio de seu marido e filhos, ela foi, portanto, uma das governantes de fato mais duradouras da história do mundo.

Soong Ching-Ling 宋庆龄

Ela ficou conhecida por ser a “mãe da China moderna”, e por ocupar inúmeros cargos na PCR (República Popular da China).

Rosamond Soong Ching-ling (27 de janeiro de 1893/29 de maio de 1981) foi uma figura política e a terceira esposa de Sun Yat-sen (孙中山 1866-1925), líder da Revolução Democrática da China Moderna e o primeiro presidente da República da China.

Era frequentemente referida como Madame Sun Yat-sen. Ela era membro da família Soong e, junto com suas irmãs, desempenhou um papel proeminente na política chinesa antes e depois de 1949.

A história da família foi parar nas telas de cinema: As Irmãs Soong é um drama histórico de Hong Kong de 1997 baseado na vida das irmãs de 1911 a 1949. As três irmãs se casaram com as figuras históricas mais importantes – Sun Yat-sen, Chiang Kai-shek e K’ung Hsiang-hsi – na fundação da República da China, tornando sua família o ponto focal de todas as decisões importantes tomadas na história chinesa moderna.

Quando fui a Nanjing e visitei o Palácio Presidencial –总统府 – Zǒngtǒng fǔ, me deparei com uma cena reproduzida com personagens em cera, baseada numa foto de época. E não é que eram elas? As irmãs Soong.

Após o estabelecimento da República Popular da China em 1949, ela ocupou vários cargos de destaque no novo governo, incluindo Vice-Presidente (1949–1954; 1959–1975) e Vice-Presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (1954–1959 ; 1975–1981), , representou a China no exterior em 1950, em uma série de eventos.

Durante a Revolução Cultural, no entanto, ela foi fortemente criticada. Após o expurgo do presidente Liúshǎoqí ( 刘少奇 1898-1969 líder comunista chinês) em 1968, ela e Dǒngbìwǔ(董必武 1886-1975 um dos fundadores do Partido Comunista da China)que eram os vice-presidentes,  tornaram-se chefes de Estado da China até 1972, quando Dǒng foi nomeado presidente interino.

Soong sobreviveu à turbulência política durante a Revolução Cultural, mas apareceu com menos frequência depois de 1976, como presidente em exercício do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo até 1978.

Quando já estava muito doente, ela teve leucemia, recebeu o título especial de “Presidente Honorária da República Popular da China”.

Ela viveu por muitos anos em Shanghai, sua casa, que fica na Huaihai Lu foi transformada em um memorial, e depois de 1963 mudou-se para Beijing.

Mulheres Chinesas

Essas duas mulheres são somente exemplos da força e capacidade da mulher chinesa. Há quem diga que elas realmente são as chefes da casa, mesmo as que, aparentemente, são menos ativas.

Escrevi alguns outros artigos sobre as mulheres chinesas que admiro, entre elas muitas escritoras que mostram ao mundo a luta da mulher nesse país, que como no ocidente, precisam de muito mais força, determinação e atitude para se colarem nos papeis que lhe cabem.

Parceria

Esse artigo foi construído a 4 mãos, com diferentes olhares. Aqui no blog ele está descrito por letras e no YouTube, a Dani Tassy fez um vídeo para ilustrar essas linhas.

São independentes, mas complementares e pelo que senti, nossa parceria entre letras e imagens vai longe!

Assistam o vídeo e comecem a seguir o canal da Dani, que sempre traz videos interessantes sobre a China.

 Zài Jián!

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