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As Montanhas se Separam – dica de filme sobre a China

Para dar um descanso dos artigos sobre a nossa viagem pelo Rio Yangtzé, vamos para uma dica de filme, que pela primeira vez escrevo aqui.

Recebi um link da Imovision, que está lançando no Brasil o filme “As Montanhas se Separam”, do diretor chinês Jia Zhang-ke.

Jia Zhangke é um diretor de cinema chinês e roteirista. Ele é geralmente considerado como uma figura líder do movimento “Sexta Geração” do cinema chinês, um grupo que também inclui figuras como Wang Xiaoshuai, Lou Ye, Wang Quan’an e Zhang Yuan

Os primeiros filmes de Jia, uma trilogia baseada em sua província natal de Shanxi, foram feitas fora da burocracia estatal chinesa e são considerados filmes “underground”. A partir de 2004, o status de Jia em seu próprio país aumentou quando ele foi autorizado a dirigir a sua quarta longa-metragem, “ The World” (O Mundo), com a aprovação do Estado.

Os filmes de Jia tem recebido elogios da crítica e reconhecidos internacionalmente, vencedor do Festival de Cinema de Veneza – ‘Leão de Ouro’, com o filme “Still Life” (Ainda vida).

Ele nasceu em Fenyang, Shanxi, o mesmo local onde é rodado “As Montanhas se Separam”. Seu interesse por cinema começou no início de 1990, como estudante de arte na Universidade de Shanxi em Taiyuan. Em uma brincadeira, Jia assistiu a uma exibição de obra-prima de Chen Kaige, Terra Amarela. O filme, de acordo com Jia, foi uma mudança de vida, e convenceu o jovem que queria ser um diretor.

Hoje ele possui em seu currículo 10 longas metragem, 8 curtas (sendo 3 como estudante) e 4 documentários. Também atuou como ator em pequenos papéis e produtor.

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Assisti e resolvi dividir com vocês, por alguns motivos:

O filme é em mandarim, legendado em português.

E sempre se fala que uma boa maneira de se aprender inglês é assistindo filmes., isso é fato. Mas nunca me atrevi a assistir um filme em mandarim desde que comecei a aprender essa língua. Achava que nunca iria entender nada, que ficaria perdida. Ok, também nunca havia encontrado um filme com legenda em português.

Mas o fato é que fiquei super empolgada em reconhecer as palavras e expressões da fala cotidiana. Como usam expressões que eu achava que só servia para uma situação, e percebi que não. E faz todo sentido. Muito legal.

Retrata a China do começo do século 21

Ele começa na virada do século, e algumas cenas que vi, me lembrou muito algumas situações que presenciamos em Chang Chun, quando chegamos na China em 2004. Até porque ele é rodado no interior do país, o que mostra uma outra realidade, bem diferente de Shanghai, mesmo naquela época.

A abertura econômica e as possibilidades que se abriram para o enriquecimento da população, ou não. As consequências que esse dinheiro, que chegou muito rápido, trouxe para as pessoas e a sociedade chinesa. Bem interessante.

Ele está em todos os cinemas do Brasil!

Essa é a melhor parte, né? Estou falando de um filme que todos terão acesso. Não esperem uma produção hollywodiana, mas um filme cativante e bem interessante sobre uma sociedade, que apesar de estar na mídia mundial, poucos conhecem de perto.

Sinopse

‘O filme fez parte da Seleção Oficial do Festival de Cannes em 2015, e narra uma história dividida em três tempos que começa na China em 1999. Tao, uma jovem de Fenyang é cobiçada pelos seus dois amigos de infância, Zang e Lianzi. Zang é proprietário de um posto de gasolina e tem um futuro promissor, enquanto Liang trabalha em uma mina de carvão.

No coração dos dois homens, Tao terá de fazer uma escolha que determinará o seu destino e o futuro de seu filho, Dollar. Um século depois, entre uma China em profunda mutação e uma Austrália com a promessa de uma vida melhor, esperanças, amores e desilusões, esses personagens irão encontrar os seus caminhos.’ Texto fornecido pela Imovision.

Trailer

Espero que gostem! Quando assistirem deixem aqui suas impressões.

Zài Jián!

12 pensamentos sobre “As Montanhas se Separam – dica de filme sobre a China

  1. Uma conhecida chinesa disse, ironicamente, que o Jia Zhangke faz filmes para arrancar dinheiro dos europeus, que cultuam sua obra. O A Touch of Sin é bem violento e reconstrói a história da tragédia por trás dos trens que se chocaram em Wenzhou, o jovem que se suicidou dentro da fábrica da Foxconn e outros casos.

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  2. Só faltou mencionar que o querido Jia Zhang Ke foi homenageado por Walter Salles com um documentário de primeira. Não assisti a esse filme, mas recomendo um outro mas próximo da realidade do que vivemos nesses últimos anos de China: A Touch of Sin.

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