Ganhei esse livro há muito tempo, mas demorei para ler. Primeiro porque o exemplar que tenho é em espanhol, e preciso estar inspirada para ler (rs) e segundo porque já havia lido um livro da Pearl Buck, A última Imperatriz, que tem como pano de fundo a mesma história.
Inclusive, há vários títulos para a mesma obra de Anchee Min, dependendo do idioma: em espanhol é ‘La Ciudad Prohibida’, em inglês ‘The Empress Orchid’.
Me surpreendeu no final, pois os dois livros tem visões surpreendentemente diferentes. Reconheci algumas passagens de um, na história do outro. Mas a maneira de conduzir a história é bem distinta. Na realidade o de Pearl Buck, acaba abrangendo toda a história da Imperatriz, até sua morte e a queda do Império. E o de Anchee Min é focado na escolha de Orquídea como concubina imperial e sua trajetória na Cidade Proibida até o funeral do Imperador. E depois desse fato ainda tem muita história!!
Pesquisando na net, descobri que ela escreveu uma continuação desse romance, com o título homônimo ‘ A última Imperatriz, que conta a segunda fase da vida de Orquídea até sua morte. Já está na lista de compras…rs
Mas vamos ao livro:
O romance mostra a vida de uma menina Manchu chamada Orquidea Yehonala. Começa com a morte de seu pai, que foi um governador de Wuhu. Sua morte deixou a família em situação de pobreza. E eles decidem procurar um tio que vive em Pequim.
Nesse meio tempo, o Imperador Hsien Feng emite um decreto declarando que ele está a procura de novas concubinas. Orquídea é elegível, porque é Manchu e seu pai foi um membro do governo. Ela é escolhida como a consorte Imperial do quarto escalão. Seu título oficial é ‘Senhora da Maior Virtude’. Dentre as 3000 comcubinas, são escolhidas 7 consortes.
Uma vez na Cidade Proibida, Orquídea faz amizade com um eunuco chamado An-te-hai, que é atribuído como seu servo, juntamente com vários outros eunucos e empregadas domésticas. A amizade começa a se formar entre os dois, e ela nomeia-o como seu primeiro atendente.
A missão oficial de uma consorte imperial é dormir com o Imperador e produzir herdeiros do sexo masculino, mas o Imperador não a chamava e isso acaba a colocando em situação desesperadora frente ao seu próprio futuro. É quando ela decide subornar o eunuco chefe Shim, a fim de ganhar a atenção do imperador Hsien Feng. Sua tática funciona e ela logo se torna consorte favorita do Imperador. Durante seu tempo como favorita, Orquídea aprende mais sobre a história atual da China, e os funcionamentos internos da Cidade Proibida. Na realidade, devido ao desinteresse e falta de tato do Imperador, ela acaba confiando à ela as decisões e despachos do governo, somente relendo e colocando seu carimbo imperial nos documentos.
Orquídea engravida e dá à luz a um menino que é o primeiro herdeiro do sexo masculino, que recebeu o nome de Tung Chih e causou comoção ao Império. Mas como nem tudo são flores… Nuharoo, a primeira Imperatriz, que não conseguiu dar um herdeiro ao trono, começa a confabular contra Orquídea e separar o Imperador dela, inclusive o convencendo que como Imperatriz, ela que deve criar o sucessor ao trono.
O imperador fica doente. As potências estrangeiras estão começando a invadir a China, exigindo que o imperador conceda o direito de estabelecer comércio e a abertura dos portos (aí é possível dimensionar de onde vem a xenofobia chinesa, que existe até hoje, mesmo que muito menor). O imperador fraco é incapaz de defender seu império e a família real foge da capital quando os inimigos se aproximam de Pequim.
O Imperador Hsien Feng morre no exílio. Antes da sua morte, quando ele está agonizante, Orquídea convence Hsien Feng a nomear Tung Chih como o novo imperador, com ela mesma e Nuharoo como co-regentes, já que sem esse documento, por seu filho ser criança, não teria o direito de assumir imediatamente. Su Shun é apontado como o chefe do Conselho de Regentes. Mas ele esperava ganhar mais poder a partir da morte de Hsien Feng, sem interferência de Orquidea, o que não ocorre, as relações entre os dois e coberta de momentos tensos e trapaças. Ahhh, o poder…
Com a ajuda de An-te-hai (seu eunuco pessoal, desde sua entrada na Cidade Proibida) e o Príncipe Kung, Orquidea consegue prender e punir Su Shun e seus associados, com o argumento de que eles haviam tentado organizar um golpe de Estado.
O romance termina com o enterro oficial do imperador Hsien Feng ea sugestão de uma nova relação entre Orquídea e Geral Yung Lu. Mas esse é o ponto chave, pois como viúva do imperador, ela deve lealdade eterna!
O desfecho da história se dará no próximo livro…Entendem porque ele já está na lista?
Sobre a autora
Anchee Min nasceu em Shanghai em 1957. Aos 17 anos foi enviada ao campo para trabalhos de reeducação, segundo a política vigente na época. Mas como tinha um talento artístico latente, foi transferida novamente para Shanghai para trabalhar num estúdio cinematográfico e conheceu Madame Mao. Em 1984 mudou-se para os Estados Unidos.
Em 1994, Anchee Min fez sua estreia literária com ‘Red Azalea’ (não achei o livro em português), seu livro de memórias de crescer na China durante a Revolução Cultural. A história parou quando ela fugiu de sua terra natal, mas uma nova vida estava apenas começando.
Recomendo para quem gosta de história e bastidores de política. Sempre digo que o problema não são os partidos, os sistemas de governo, as religiões. O problema são os seres humanos que as dirigem e corrompem.
Zái Jiàn!
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Encontrei os títulos no site:
http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/busca.cgi?inicio=121&orderby=menor_preco&pchave=%2Banchee%20%2Bmin&alvo=autor%20ou%20titulo&showptit=1&fvend=&fperf=&fpric=&fest=&fano=&fcid=&bestante=&bvendor=&memoria_queries=autor%20ou%20titulo%201v1%20%2Banchee%20%2Bmin1w1autor%20ou%20titulo%201v1%20%2Banchee%20%2Bmin&refinar=0&fdesconto_frete=&ffrete_gratis=&paginar=120&fadded=
Estão baratinhos, baratinhos !!!!
Fica a sugestão.
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Obrigada Bete!!!
=]
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gostei muito! infelismente o homem do mesmo jeito que constroe, distroe, por não controlar a ambição, o desejo de poder!!!!!!!!!!!!!! beijo grande para vc e familia!
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Obrigada!!! Beijo
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Anchee Min é bem bonita!
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Sim, as chinesas são bonitas! Principalmente as Han. Tem os traços mais delicados dos que as Manchu por exemplo.
Abraço.
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