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Pato de Pequim – Pekin Duck

Desde que ouço falar em pato como um prato sofisticado, é o Pato de Pequim (Pekin Duck) ou pato laqueado que virou minha referência. Mas de verdade, nunca me apeteceu experimentar. Para nós no Brasil, comer carne de caça não é algo muito comum. Geralmente só em datas festivas, comemorações especiais. Já os europeus comem essas carnes, como pato, coelho, carneiro etc., com a mesma frequência que comemos frango ou carne de vaca.

Bom, mas estou na China certo? E aqui, sabemos que o Pato de Pequim é considerado o prato que representa a culinária nacional, como a feijoada para os brasileiros.

peking duck

O Pato de Pequim é servido desde a época do Império: o primeiro documento descrevendo o pato assado na corte imperial vem da Dinastia Yuan. No século XV, quando a Dinastia Ming mudou a capital de Nanquim para Pequim, o pato continuou a ser uma das iguarias famosas da corte. De acordo com a tradição local, o primeiro restaurante de pato de Pequim foi o Bianyifang, que abriu durante o reinado de Jiajing (1522-1566).

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Suas características são a pele fina, pele bem torrada, cortado na mesa que será servido pelo Chef. Os patos são criados especialmente para o prato e abatidos após 65 dias, depenados e estufados para que toda a pele se separe da gordura. O pato é fervido rapidamente e pendurado para secar por 24 horas, e é pincelado várias vezes, por dentro e por fora, com um xarope a base de mel, molho de hoisin (típico da culinária chinesa) e óleo de gergelim. Antes de colocar no forno, a cavidade do pato é completada com água quente e fechada.  O tempo necessário para assar um pato, geralmente é entre 30 e 40 minutos, depende do tipo de forno, da temperatura e do tamanho do pato. Durante o processo, os patos são virados várias vezes para assegurar que a pele fique com uma cor castanha e brilhante.

Os restaurantes famosos e especializados nesse prato (muitos só servem esse prato), possuem um certificado numerado e carimbado (aqui tudo tem que ter um ‘chop’, até o pato), que garantem a procedência do mesmo.

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É servido acompanhado de uma espécie de panqueca bem fina, salsão e um molho grosso com aparência de chocolate derretido, mas não é! Rs. Na realidade é um molho doce de feijão. A parte nobre da carne é fatiada na mesa e depois colocada sobre as panquecas, com o molho e o salsão. Enrola-se com as mãos ou com o auxilio do hashi. E… Bom apetite!

Simplesmente virei fã! E hoje como outros tipos de pato da culinária chinesa. Mais uma que a China aprontou na minha vida: comer pato! =]

Mas voltando ao de Pequim: quando você faz o pedido, pode fazer a opção de um, dois ou três pratos. E o que significa isso? Se escolher um prato, vai saborear o descrito acima. Se for dois pratos, são as panquecas mais a carne desfiada que será retirada próximo aos ossos (lembram que escrevi que eram fatiadas as partes nobres para colocar nas panquecas?), mas na cozinha. E finalmente se pede três pratos, são as duas primeiras opções e mais uma sopa (feita com os ossos) que é servida no final. Pessoalmente, dispenso a sopa!

Uma curiosidade: somente em Beijing (antiga Pequim) são diariamente servidos cerca de 3000 patos assados!

Bom, resumindo, eu recomendo! =]

Zái Jiàn!

20 pensamentos sobre “Pato de Pequim – Pekin Duck

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  3. Chris, eu também ousava dizer que não gostava tanto de pato. Mas depois que provei esse… Virei fã! Adorei saber mais sobre a forma de preparo 😉😚.

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  4. Oi Christine,
    Também escrevi sobre a minha experiência com o pato de Pequim. Eu e a Dani, minha namorada, gostamos tanto que voltamos no dia seguinte e comemos de novo. É delicioso! Está tudo aqui: http://meusplanosdeviagem.wordpress.com/2011/08/14/o-indescritivel-sabor-do-pato-de-pequim/ e aqui: http://meusplanosdeviagem.wordpress.com/2011/08/23/de-volta-a-cidade-proibida/
    Quando fui à China já tinha em mente provar pois sabia que era uma especialidade da cozinha local. E como paraense que sou, gosto de pato e do cheiro que se espalha quando o pato no tucupí está sendo preparado, principalmente na época do Círio de Nazaré.
    Abraço

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  5. Quando estive em Pequim quis absolutamente comer esse prato, e tive a sorte pois fui com uma alemã que estava morando lá, o marido professor de kung fu, e ela já estava conhecendo e indicando bons lugares! Adorei!
    Depois disso, já tentei comer a mesma coisa em Paris (onde moro), nos restaurantes chineses, mas realmente não tem nada a ver… 😦 Não chega a estranhar, na França se come muito pato, e mesmo fazendo em casa, não cheira mais forte que uma galinha, e tb não é considerado carne de caça.

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  6. Quando estive em Pequim quis absolutamente comer esse prato, e tive a sorte pois fui com uma alemã que estava morando lá, o marido professor de kung fu, e ela já estava conhecendo e indicando bons lugares! Adorei!
    Depois disso, já tentei comer a mesma coisa em Paris (onde moro), nos restaurantes chineses, mas realmente não tem nada a ver… 😦 Não chega a estranhar, na França se come muito pato, e mesmo fazendo em casa, não cheira mais forte que uma galinha, e tb não é considerado carne de caça.

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  7. Chris, jura que o pato é tradicional no país? Nossa, por essa eu não esperava. A gente vê tanta coisa na mídia sobre a China, mas não me recordo de nenhuma reportagem falar sobre o Pato de Pequim :-). Bastante interessante.

    Agora só não sei se eu conseguiria experimentar, pois acho que ficaria com muita pena dos patinhos. Se bem que eu parar para pensar eu também não comeria frango, carne de vaca e etc. rs

    Beijos.

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  8. Eu tb nao me interessava em experimentar o pato laqueado mais. Numa visita a Pequim tive que experimentar e achei muito gostoso e adorei conhecer o processo do preparo e da apresentação do prato. Otimo !!! Vale apena experimentar.

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  9. …oi!
    estou com água na bôca!
    deve ser muito gostozo! No norte , mais precisamente no Pará, temos uma receita com pato, o famoso pato no tucupi! Já comi e, é muito bom!
    faz tempo que não vejo, mas tinha nos supermercados, pato congelado a venda!
    cheguei fazer, tem muitos anos, ainda em São Vicente!
    ………..coelho vc encontra no supermercado a venda, e, comi muito quando criança, pois os portugueses da familia criavam………maravilha como sempre sua maneira de descrever as experiências!
    ……………beijo grande para vc e familia

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  10. Olá Chris, esse pato tem boa cara… eu também experimentaria se estivesse aí. Só não me agrada comer com a mão… Aqui temos o pato no tucupi, receita paraense e muito popular no norte do Brasil. Certa vez fizeram aqui em casa e o cheiro impregnou tudo por um mês… Foi horrível… risos…
    Gosto de comida adocicada…
    bjs e obrigada por todos os posts…são ótimos!
    regin@

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