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A arte da guerra

Como ando numa fase um pouco tumultuada, e ainda não consegui fazer com que o dia se estenda por mais umas 6 horas (uiii), o negócio é pensar em estratégias para encaixar o número de compromissos dentro das 24 horas disponíveis do dia (incluindo, ao menos 6 horas de sono!). Aí, como minha consciência fica muito pesada quando passo uma semana sem postar nada aqui, fiquei pensando e lembrei desse livro: quem sabe ele me ajuda a guerrear contra minha própria proscratinação para ir deixando para trás o que é mais complicado ou ir mudando as prioridades em questão de minutos.

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Mas brincadeiras a parte, ‘A Arte da Guerra’ – de Sun Tzu, é um clássico desde sempre. E muito antes da China ser o que é hoje , esse livrinho de não mais que 110 páginas já ocupava a cabeceira de muitos empresários, politicos e militares pelo mundo afora. A fama é tão grande a ponto de ser conhecido como ‘a biblia da Wall Street’ e ter sido comparado e considerado superior ao classico ‘O Principe’ de Maquiavel. Isso inclusive foi o que fez o livro ocupar a lista dos mais vendidods em todos os cantos do planeta ad eternun.

O livro foi escrito há cerca de 2500 anos atrás, durante o periodo conhecido como “Primavera e Outono”(722 a 481 AC), por Sun Tzu, um general do exército chinês,  que serviu entre 544 a 496 AC.  O livro é composto de 13 capitulos, onde cada um deles é dedicado a uma estratégia de guerra e/ou batalha. Resumindo grosseiramente, Sun acreditava que a guerra é um demônio necessário, que jamais pode ser evitado ou menosprezado. Na realidade é o desafio que move o homem a conquista, certo?

A estratégia primordial segundo Sun Tzu, a qual eu acredito ser a mais importante mesmo, é o autoconhecimento: entender qual é sua força e suas limitações de maneira clara, já te coloca em vantagem pois vc não irá fazer o que tem plena consciência que não sabe fazer, certo? Ok, nem sempre… =/ Mas, a teoria é perfeita. E com disciplina é possivel coloca-lá em prática.

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A segunda, tão ou mais importante que a primeira, é conhecer e estudar o inimigo. Buscar pelas suas fraquezas e reconhecer a sua força. Com isso se pode quebrar a resistência do inimigo sem lutar. E ainda completa “se você se conhece e ao inimigo, não precisa temer o resultado de uma centena de combates”.

Para ele a arte de guerrear precisa ser governada por 5 fatores constantes: a Lei Moral, o Céu, a Terra, o Chefe e o Método e disciplina. E devem ser familiares a cada General: “quem os conhecer, será vencedor; quem não os conhecer, fracassará.”

Em 1782, o livro teve sua tradução para o francês, por um jesuíta. E reza a lenda que o sucesso de Napoleão, principalmente no que diz respeito à mobilidade, deve-se a ele. Mas um dia, seguro que estava de si por tantas conquistas deixou o livro de lado e… foi derrotado! Somente em 1905 “A arte da Guerra’ foi traduzido para o inglês.

Sun Tzù é leitura obrigatória no exército e pelos politicos soviéticos e Mao Tsé-Tung usou praticamente todo o livro na composição do seu famoso “Pequeno Livro Vermelho”, que era a compilação da doutrina e estratégia do partido comunista chinês.

Para os nossos dias, posso dizer que nos ajuda e muito a entender a ‘logistica’ de uma batalha, seja na sala de reuniões do chefe ou na disputa de um cliente ou fornecedor. Me admiro de perceber que um livro escrito há quase 3 séculos pode ser tão atual e util. Mais uma vez concluo que o progresso avança a passos largos, mas o ser humano ainda age como seus ancestrais. E a história se repete, as ações e reações vão se tornando mais sofisticadas, mas a essência ainda está lá. Forte e presente.

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Esse deveria ser um livro mais aproveitado por todos e, principalmente, entendido e aplicado no dia a dia. No final, se todos usassem essa estratégias e seguissem o conselho maior de Sun Tzé: ‘quebrar a resistência do inimigo sem lutar, não chegaríamos às guerras! Simples assim.

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Por ser um best seller, o livro tem inúmeras versões, edições de luxo, de bolso, digital, além dos livros de auto ajuda que usam os ensinamentos de Sun Tzù para deixarem seu inteligentes autores estrategistas milionários! =] Pensem nisso… O ensinamento está lá, gratis para quem quiser entender.

O que carrego há anos, é uma edição simples, cheia de anotações que adoro reler e ver como foi meu entendimento naquele momento e como é agora. Sim, às vezes uma frase pode ter vários significados dependendo do seu inimigo, da sua conquista, da sua estratégia.

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Mas meu tesouro é um edição especial que ganhamos em Chang Chun, acomodada em gaveteiro de cedro, numerada, com selo e carimbo e com 2 edições: uma escrita em mandarim e impressa em seda e a segunda com algumas gravuras e impressa em inglês, mas em papel arroz. Dentro de uma das gavetas vem uma luva para usar ao manusear o livro. Uma obra de arte e de edição limitada (se bem que isso aqui na China não é muito confiável…). Às vezes  abro a caixa, calço a luva (que é super fina) e manuseio aquelas páginas. Um prazer inexplicável.

Leiam, releiam. Não considero que esse livro deva ser lido como um romance. Mas sim em pequenos trechos, pensado. E depois retomado.

Fica a dica!

Zài Jiàn!

7 pensamentos sobre “A arte da guerra

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  2. Olá, Christine.

    Por incrível que pareça, ainda não tinha lido seu texto sobre a Arte da Guerra. Ficou um resumo muito bacana, abordando os pontos essenciais do livro.

    De minha parte, gosto muito de associar a mensagem principal do texto à inteligência (no sentido de agir com base em conhecimento). Isso nada mais é, acredito, que um refinamento meu, um amálgama, dos principais pontos que você abordou.

    Eu também sou apaixonado pela sua edição de luxo e um dia hei de botar as mãos devidamente enluvadas em uma dessas edições.

    Quanto ao Napoleão, como você bem pontuou (“diz a lenda”), não há certeza de ele ter lido o livro, menos ainda de o ter utilizado. Muito embora, sua fragorosa derrota pudesse ter sido evitada se ele de fato tivesse seguido um ou dois conselhos da obra chinesa.

    Mas de fato, ele era mesmo muito arrogante. Li uma versão d’O Príncipe, de Maquiavel, comentada pelo francês e é muito divertido ver o quanto ele se considerava superior.

    Valeu o post.

    Grande abraço e tudo de bom!

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    • Olá Alexandre!
      Muito feliz de receber um comentário seu especificamente nesse texto.
      E no dia que eu voltar para o Brasil de mala e cuia (rs), te apresento minha edição especial.
      É linda de se ver e sentir. A gora ler mesmo, é o velho e bom exemplar surrado pelo tempo.
      Grande abraço!

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  5. Olá Christine, tudo bom?? Estou indo de intercâmbio para a China por 2 anos e não sei qual cidade escolher, seria possível você entrar em contato comigo para me dar algumas dicas? Tenho que escolher isso até dia 03/05, ou seja, sexta-feira. A Camila do blog “Cotidiano Chinês” me indicou vir falar com você.

    Obrigado.

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  6. Muito obrigada pelo seu comentário no meu blog! Adorei e já respondi lá.

    Aqui quero comentar sobre seu post…adorei o modo que você descreveu o livro, me deu muita vontade de ler. Vou agora mesmo ver se encontro na bookstore.

    Beijao !!!

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